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Stédile reúne trabalhadores, professores, juventude e militantes no SMetal

O líder do SMetal ressaltou a importância da reforma política e a unidade da classe trabalhadora para um projeto para o Brasil

Imprensa SMetal
Foguinho/SMetal
João Pedro Stédile fez uma análise da conjuntura no auditório do SMetal

João Pedro Stédile fez uma análise da conjuntura no auditório do SMetal

O economista e líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, fez palestra nesta sexta-feira, dia 1, no Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal).

Em sua leitura do momento atual, no Brasil, Stédile ressaltou que se vive um período histórico complexo e que a crise (social, econômica e política) pela qual o país passa é estrutural dos modos de produção capitalista e pode ser comparada às crises de 1930, 1960 e 1980.

“Uma reforma política profunda é necessária para a saída da crise política, especificamente, mas para isso, são necessárias forças populares suficientes para se montar uma Constituinte exclusiva para a reforma”, enfatizou.

Cenário confuso dos comportamentos das classes

Durante uma hora de palestra, que se iniciou às 20h, o líder do MST também abordou que não há consenso para a saída da crise entre as forças da sociedade. Ele explicou que a classe dominante, formada pela burguesia representa 1% da população e que quer a volta do neoliberalismo, já vivenciado no Brasil por 15 anos. “Eles propõem o fim dos direitos trabalhistas. Fim das férias de 30 dias, querem a reforma da previdência”.

Já a burguesia interna como os proprietários de empresas que dependem do mercado interno está dividida na saída para a crise. “Representada por 8% da população eles não querem o neoliberalismo porque sabem que vão quebrar”. “São eles, segundo Stédile, que vão para as ruas pedir “Fora Dilma” – situação que não mudaria em nada a crise em que vivemos”.

Stédile reforçou que esse setor da burguesia é o primeiro a negar o pagamento do FGTS aos trabalhadores domésticos, por exemplo (“apenas 16% das patroas pagam”). “Para eles, tem que acabar com a corrupção dos outros, mas não dentro da própria casa”.

Já para a classe trabalhadora ainda falta um projeto unitário e precisa ir para as ruas juntos com os movimentos. “Nossa pauta ainda é defensiva e não propositiva”.

Após a palestra houve dois blocos para perguntas do público. Para o presidente do SMetal, Ademilson Terto da Silva, que também coordena a subsede da CUT de Sorocaba e região, “a presença de João Pedro Stédile foi um privilégio para nós e nos forneceu muitos elementos para nos fortalecer na luta de classes”.

A atividade, que integra um ciclo de formação, contou com um público formado por cerca de 150 pessoas, entre estudantes de diversas universidades de Sorocaba e Região, professores, dirigentes sindicais de vários segmentos, aposentados, jovens trabalhadores, metalúrgicos de fábricas de Sorocaba, militantes de movimentos sociais, como dos assentamentos da região e vereadores da região.

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