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Ápice

Sorocabanos sofrem com aumento de 50% da carne bovina

A estrutura produtiva do agronegócio, que inclui a pecuária, prefere atender o mercado externo. Com o aumento da demanda internacional, o valor aumentou em 50% nos açougues de Sorocaba. Em outros estados chega até a 80%

Imprensa SMetal
Fernando Lima
Até a sardinha ganhou espaço onde a carne de boi reinava

Até a sardinha ganhou espaço onde a carne de boi reinava

Você já comprou carne esta semana? Em um dos açougues da zona norte de Sorocaba, os preços dos cortes bovinos estão custando 50% mais caro, somente neste mês de novembro, após quatro aumentos consecutivos.

De acordo com a gerência do açougue a procura já diminuiu sensivelmente. A estagiária Graciele Barbosa desistiu de comprar contra-filé a R$ 39,90 e optou pelo coxão mole a R$ 32,90. “Mesmo assim fiquei horrorizada com esse valor”, afirma.

O economista da subseção do Dieese dos Metalúrgicos de Sorocaba, Fernando Lima, explica que a carne brasileira é extremamente competitiva no mercado mundial, o que faz o Brasil ser o maior exportador de carne bovina do mundo.

Os mercados consumidores de proteína animal são dispostos a comprar a carne brasileira devido ao câmbio que favorece a exportação. “Como a carne é quase uma commoditie, é mais vantajoso e lucrativo para o produtor vender a dólar que em real”, explica o economista.

Outro agravante é que os alimentos que estão sendo procurados para substituir a carne também deve sofrer aumento.

E o que tem feito o governo?

Mesmo diante esse ápice inédito da carne, a Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Teresa Cristina Correa das Costas Dias, declarou que a elevação de preços foi por conta de um alta exportação para a China e que essa situação acompanha a defasagem de três anos do preço da carne. Ou seja, o que mais assusta é que o governo nem sequer tem a intenção de criar mecanismos para estimular a venda para o mercado interno e baixar o preço da carne.

“A estrutura produtiva do agronegócio, que inclui a pecuária, prefere atender o mercado externo, permitindo que os brasileiros paguem valor mais alto por aquilo que é produzido no nosso próprio país”, pontua o secretário de administração e finanças do SMetal, Tiago Almeida do Nascimento, que também preside o Banco de Alimentos de Sorocaba.

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