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Sorocabanos lutam contra tendência de intervenção psiquiátrica nas escolas

Projeto de lei aprovado na Câmara institui 11 de novembro como data contra a medicalização na educação

Imprensa SMetal
Divulgação

Os interessados em participar do grupo contra a medicalização, em Sorocaba, podem obter mais informações pelo telefone (15) 3211-6370

Em Sorocaba, psicólogos e educadores se unem contra a medicalização da vida, medida que atinge, principalmente, crianças nas instituições escolares.

“O lugar da escola é para educar e não fazer diagnósticos”, declara a psicóloga e professora universitária Ione Aparecida Xavier, que integra a luta contra a tendência da psiquiatria contemporânea: a da intervenção nos espaços escolares.

Ione explica que há um tipo de categorização de alunos, que muitas vezes podem ser vistos como hiperativos devido ao comportamento, como também classificados por não prestarem atenção às aulas.

O grupo que se reúne no Conselho Regional de Psicologia sempre às terceiras quartas-feiras do mês, dá apoio aos professores no esforço de fazer a escola servir a todos e ajudando também aos jovens a debaterem esse assunto.

A pedido desse grupo foi elaborado um projeto de lei, na Câmara Municipal dos Vereadores, para instituir uma data contra a medicalização na educação.

O projeto que institui o dia 11 de novembro, de autoria do vereador Izídio de Brito (PT), foi aprovado no último dia 23 e agora depende do prefeito Antonio Carlos Pannunzio (PSDB) para sanção ou veto.

Para Izídio, a data serve para se debater o tema e para se refletir sobre os métodos adotados pelas instituições em relação à participação e integração do aluno no ambiente escolar.

Como surgiu

Em Sorocaba, o núcleo contra a medicalização surgiu após a publicação da lei nº 10.332, de 21 de novembro, de 2012, de autoria do então vereador Francisco Moko Yabiku, que dá as diretrizes para o encaminhamento para diagnóstico, tratamento e acompanhamento dos alunos da rede de ensino fundamental do município de Sorocaba com Transtorno do Déficit de Atenção.

Ione conta que os integrantes do núcleo se articula para que a Comissão de Educação da Câmara de Sorocaba reveja essa lei. “As escolas da cidade não colocam em prática essa lei porque sabem que não é adequada. Estamos vigilantes quanto a isso”, conta Ione.

Outro projeto que está no foco da discussão do movimento é o estadual Cuca Legal, que trata de saúde mental na escola e que algumas instituições escolares estão adotando.

Os interessados em participar do grupo contra a medicalização, em Sorocaba, podem obter mais informações pelo telefone (15) 3211-6370.

O fórum nacional sobre o tema mantém a página na internet: http://medicalizacao.org.br/

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