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Quadrilha

Sorocabano é preso por chefiar lavagem de dinheiro

Quadrilha é acusada de enviar US$ 10 mi por mês para empresas de fachada

Jornal Cruzeiro do Sul
Emidio Marques

Valdemar Latance Neto, delegado da Polícia federal em Sorocaba

Um empresário de Sorocaba foi preso nesta terça-feira pela Polícia Federal (PF) acusado de comandar um esquema de lavagem de dinheiro, com envio ilegal de US$ 10 milhões por mês ao exterior por meio de três empresas de fachada na Flórida, nos Estados Unidos (EUA). Outras cinco pessoas foram presas na cidade, incluindo a esposa do empresário, e duas em São Paulo. A chamada Operação Flórida cumpriu ainda mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva em outros oito municípios do Estado de São Paulo. De acordo com a investigação, que teve início em abril do ano passado a partir da colaboração internacional do serviço de inteligência norte-americano, o esquema funcionava, no mínimo, desde 2012. Dezenas de empresas brasileiras, em nome de sócios “laranjas”, colaboravam com a fraude ao sistema financeiro.

O nome dos envolvidos não foi divulgado pela PF, porém de acordo com o delegado e chefe da Unidade de Inteligência da Polícia Federal, Valdemar Latance Neto, o acusado de chefiar a quadrilha é proprietário de uma casa de câmbio em Sorocaba. O local não foi fechado, mas será alvo de investigação. “Essa loja era usada para dar a aparência de legalidade para as atividades ilícitas que a organização criminosa realizava”, afirma o delegado. Já as empresas sediadas na Flórida e comandadas pelo empresário sorocabano recebiam o dinheiro enviado ilegalmente pelos “laranjas”. A atividade era oferecida para pessoas interessadas em depositar dinheiro no exterior sem o pagamento de impostos. As maiores quantias eram transferidas dos EUA para contas bancárias da China, onde eram usadas para pagamento de fornecedores.

Conforme explica o delegado, as empresas brasileiras envolvidas no esquema eram de Sorocaba e da capital, sendo que muitas possuíam o mesmo endereço. As pessoas presas ontem são apontadas pela PF como chefes da organização criminosa, mas um dos líderes não foi detido pois não estava no País. Foram decretadas prisões temporárias por cinco dias, podendo ser renovadas por mais cinco. Ao todo, 200 policiais foram mobilizados para a operação e cumpriram, além das detenções, 49 mandados de busca e apreensão e 33 de condução coercitiva (suspeitos levados para depor), expedidos pela 2ª Vara Criminal de São Paulo. A operação foi deflagrada em Sorocaba, Itapetininga, Itu, Araçoiaba da Serra, Salto de Pirapora, Itapeva, Indaiatuba, Franca, São Paulo e Guarujá.

O caso foi apresentado em entrevista coletiva na sede da PF em Sorocaba e contou com a presença da delegada-chefe da unidade, Erika Tatiana Nogueira Coppini. A partir da investigação, um total de 19 empresas e 30 pessoas tiveram suas contas bancárias bloqueadas. Ao todo, 50 pessoas foram indiciadas pelos crimes de lavagem de dinheiro, uso de documentos falsos, falsidade ideológica, constituição de instituição criminosa e contra o sistema financeiro nacional. O prejuízo total aos cofres públicos ainda não foi calculado e a investigação segue com depoimentos dos envolvidos.

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Empresa faxada lavagem lavagem de dinehiro quadrilha sorocabano
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