Um ato em frente à área destinada para a construção do Hospital Municipal de Sorocaba será realizado na manhã deste sábado, dia 13, às 10h, para cobrar do prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) o início das obras da unidade de saúde na Zona Norte. Em abril deste ano, completou 10 anos que o projeto de lei de iniciativa popular, encabeçado pela diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) e pelo então vereador Izídio de Brito, virou lei e o hospital não saiu do papel.
Izídio lembra que, desde que assumiu o mandato, em janeiro de 2021, o atual prefeito prometeu que iria dar início às obras da unidade pública de saúde na Zona Norte, no terreno da antiga garagem da TCS, Jardim Betânia, e não cumpriu. Com cerca de 26 mil metros quadrados, o imóvel foi comprado durante a gestão do prefeito Antônio Carlos Pannunzio (PSDB), em julho de 2013, e custou R$ 13,6 milhões aos cofres públicos.
“Desde 2013, entre alternâncias de governo, sempre o Hospital Municipal esteve entre as promessas de campanha dos prefeitos eleitos, mas o que temos observado, é só discurso para angariar votos. Enquanto isso, a população sorocabana segue enfrentando filas e, muitas vezes, perdendo a vida à espera de um leito de hospital. Não dá mais para esperar mais 10 anos, a unidade de saúde foi um apelo dos cidadãos da cidade e chega de empurrar para os próximos governos”, enfatizou o ex-vereador, que atualmente é Secretário de Organização do SMetal.
Para Leandro Soares, presidente do Sindicato, Leandro Soares, passou da hora da população sorocabana dar um basta ao descaso com a saúde pública. “Há 11 anos, o Sindicato iniciou uma campanha que tinha como objetivo expressar que os moradores queriam uma unidade de saúde na Zona Norte. A aprovação do projeto foi uma conquista dos cidadãos sorocabanos e da luta popular, por isso merece atenção de quem foi eleito para governar por eles. Contem sempre com o apoio do Sindicato nessa luta pela vida”, conclui.
O ato terá início às 10h e será realizado em frente à área destinada para a construção do Hospital Municipal, o terreno da antiga garagem da TCS, que fica na rua Nain, 57, no Jardim Betânia, em Sorocaba.
Relembre a luta pelo Hospital Municipal de Sorocaba:
A luta pelo Hospital Municipal começou em 2011, por uma iniciativa do então vereador Izídio de Brito (PT). O parlamentar questionou o prefeito da época, Vitor Lippi, sobre a possibilidade de se construir um Hospital Municipal com leitos para suprir o déficit da cidade e não depender de convênios e da Santa Casa. A resposta da administração foi evasiva.
A construção do hospital foi aprovada então na 6ª Conferência Municipal de Saúde, ainda em 2011. No mesmo ano, Izídio destinou emenda parlamentar para viabilizar a unidade municipal de saúde e propôs um abaixo assinado para sociedade civil, que foi organizado pela diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região.
Uma grande campanha foi realizada na cidade para a apresentação de um Projeto de Lei de Iniciativa Popular, que coletou 26.609 assinaturas de eleitores sorocabanos. “Levamos a discussão para além da Câmara de Vereadores e envolvemos toda sociedade sorocabana em torno da iniciativa do Hospital Municipal. Tivemos uma ampla participação da população e de vários setores organizados e conseguimos aprovar esse importante projeto de lei”, conta Izídio.
O Projeto de Iniciativa Popular foi apresentado no dia 12 de maio de 2012, em um grande ato na Câmara Municipal e aprovado pelos vereadores quase um ano depois, em fevereiro de 2023. O então prefeito Pannunzio vetou o projeto, porém, os parlamentares derrubaram o veto e sancionaram a Lei nº 10.419, publicada no jornal do município em 5 de abril do mesmo ano, que prevê a construção da unidade de saúde.
Ainda em 2013, a Prefeitura de Sorocaba comprou o imóvel com cerca de 26 mil metros quadrados, localizado na avenida Ipanema, por R$ 13,6 milhões. À época, o Poder Executivo anunciou a construção de um hospital com 200 leitos, prometido até 2016. No entanto, quase 10 anos depois, a construção nunca saiu do papel e as obras estão abandonadas.