Já no início da madrugada da última sexta-feira, dia 28 de abril, o silêncio predominava nas ruas de Sorocaba. A greve geral, de caráter nacional e pacífica, teve adesão de trabalhadores de diversos setores, em protesto à retirada de direitos trabalhistas, sociais e previdenciários.
Durante toda a manhã do dia 28, a Imprensa SMetal percorreu diversos pontos da cidade e as principais fábricas do setor metalúrgico de Sorocaba. Mesmo em horário de pico, o movimento nas ruas apresentava um fluxo baixo de carros e os estacionamentos das empresas estavam vazios.
Segundo o presidente eleito do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), Leandro Soares, mais de 90% da categoria na base da entidade aderiu à greve, o que representa mais de 32,5 mil metalúrgicos.
“O dia 28 foi um primeiro recado que demos ao governo Temer e os deputados da base aliada. Caso não seja feito um debate mais aprofundado com a sociedade sobre essas medidas de retrocesso, com certeza iremos realizar novos protestos e manifestações no País”, assegura Leandro.
Os ônibus também não circularam pela cidade durante todo o dia 28. Segundo o Sindicato dos Rodoviários, 100% dos trabalhadores em transportes nos setores urbano, intermunicipal, rodoviário, de fretamento e de cargas cruzaram os braços contra as reformas. Os terminais de ônibus também permaneceram vazios na sexta-feira, mostrando conscientização da população sorocabana sobre o tema.
Trabalhadores do comércio, educação pública e particular, além de outras setores da indústria também aderiram à greve geral em Sorocaba.
Mobilização
Passeatas e mobilizações contra as reformas da Previdência e Trabalhista, além da terceirização irrestrita, saíram de várias partes da cidade e se concentraram, de forma espontânea, na região central de Sorocaba.
A concentração aconteceu na praça Coronel Fernando Prestes e reuniu mais de três mil pessoas, entre jovens, trabalhadores de diversos setores e sorocabanos que aderiram ao protesto.
Mais 40 milhões de brasileiros paralisaram suas atividades
No Brasil, mais de 40 milhões trabalhadores paralisaram suas atividades na última sexta-feira, dia 28. A Frente Brasil Popular, que junto com o Fórum das Centrais e a Frente Povo Sem Medo convocou as ações, afirmou que a greve geral ficou marcada como a maior paralisação da história do País.
No dia 28, o Brasil amanheceu com garagens de ônibus paralisadas, piquetes nas fábricas, vias bloqueadas, ruas vazias e centenas de categorias de trabalhadores com os braços cruzados.
Na capital paulista, manifestantes também se concentraram no Largo da Batata, zona oeste de São Paulo (foto). A ação reuniu 70 mil pessoas, que caminharam do local até a casa do presidente golpista Michel Temer.