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Saúde pública

Sorocaba registra caso importado de Leishmaniose Visceral

Uma criança, residente na cidade, foi diagnosticada com a doença e iniciou tratamento na última sexta-feira (07), sendo hospitalizada e submetida a acompanhamento e tratamento específicos

Secom/PMS
Reprodução
A doença é causada por diferentes espécies do protozoário denominado Leishmania, a partir da picada do mosquito palha (Flebotomíneos) - vetor presente na região de Sorocaba.

A doença é causada por diferentes espécies do protozoário denominado Leishmania, a partir da picada do mosquito palha (Flebotomíneos) – vetor presente na região de Sorocaba.

A cidade de Sorocaba recebeu, nesta terça-feira (11), a confirmação do primeiro caso importado de Leishmaniose Visceral Humana. Uma criança de 1 ano e 7 meses, residente na cidade, mas que passou quase um mês no estado do Sergipe recentemente, teve os quadros clínico e epidemiológico considerados suspeitos e exames preliminares positivos, iniciando tratamento na última sexta-feira (07). Oficialmente, a confirmação ocorreu na tarde desta terça-feira (11), por meio de laudo do Laboratório do Instituto Adolfo Lutz, que é a instituição de saúde pública credenciada para a validação do diagnóstico.

O caso foi corretamente notificado e diagnosticado e vem sendo acompanhado pela Secretaria da Saúde, por meio da Vigilância Epidemiológica. A criança encontra-se hospitalizada e está sendo submetida a acompanhamento e tratamento específicos, tendo apresentado melhora clínica nos últimos dias. O que chamou a atenção na evolução da criança foi a febre persistente, falta de apetite e perda de peso, seguida de aumento do baço, caracterizando a suspeita e a notificação do caso às autoridades de saúde pública.

No último dia 28 de junho a Secretaria da Saúde de Sorocaba realizou um Encontro de Atualização em Leishmaniose Visceral para profissionais da saúde visando sensibilizar e preparar a rede de assistência para suspeitas e condutas voltadas à doença. “Este caso nos demonstra que o evento já surtiu efeitos positivos. A Leishmaniose Visceral não é uma doença do nosso meio, mas tem se mostrado mais próxima. Com este caso, verificamos a sensibilidade e a atenção da rede de assistência ao suspeitar e dar encaminhamento adequado”, avalia Solange Ismerim, gestora da Vigilância em Saúde de Sorocaba.

A cidade sergipana onde a menina permaneceu de março a abril deste ano é Indiaroba, classificada entre os 25 municípios com maior incidência de Leishmaniose Visceral naquele estado. A caracterização do caso como importado também foi feita com base em pesquisa realizada em Sorocaba, envolvendo a Divisão de Zoonoses com base no histórico da criança e no acompanhamento que é feito da doença na cidade. Conforme a Zoonoses, em um dos bairros onde a menina residiu desde o nascimento, não há registros da presença do mosquito transmissor (mosquito palha) e nem de casos em cães (estágio que normalmente antecede a contaminação em humanos). No outro bairro onde a menina morou este ano, os relatórios de acompanhamento da Zoonoses só registraram casos em cães no ano de 2015, portanto, sem vínculo com o caso da criança.

Doença de cães e humanos

A Leishmaniose é uma doença que pode acometer cães e humanos, é causada por diferentes espécies do protozoário denominado Leishmania, a partir da picada do mosquito palha (Flebotomíneos) – vetor presente na região de Sorocaba.

A doença se apresenta em dois tipos, sendo a Leishmaniose Tegumentar Americana caracterizada pelas lesões cutâneas, que ocorrem geralmente em áreas do corpo expostas à picada do mosquito. Já a Leishmaniose Visceral é a forma considerada mais grave, por causar aumento de órgãos como baço e fígado e, se não tratada no início, pode evoluir ocasionando, por exemplo, emagrecimento e alterações no sangue como anemia, queda dos glóbulos brancos e plaquetas. Com esse quadro, o paciente torna-se suscetível a outras infecções, podendo morrer.

Em Sorocaba, a forma cutânea da leishmaniose vem sendo registrada há alguns anos, já a forma visceral vem sendo detectada em cães desde 2015, mas a não havia sido observada até o momento em humanos. Não há nenhuma suspeita de contaminação aguardando resultado de exame na cidade, nem de caso importado e nem local (autóctone).

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