Em seu terceiro mandato como deputado federal e com um trabalho diretamente vinculado às centrais sindicais – foi presidente da CUT, o metalúrgico e bacharel em Direito Vicente Paulo da Silva, Vicentinho (SP), assumiu a liderança do PT na Câmara na última segunda-feira, 3 de fevereiro, destacando que pretende contar com a mobilização e cobrança dos sindicatos e demais entidades, em atos públicos e manifestações, para fazer andar os projetos e matérias legislativas de interesse dos trabalhadores. Segundo ele, “essa cobrança aos parlamentares é importante para o país, para o Congresso e ajuda a bancada do partido como um todo”.
Vicentinho também acredita que, diante de um ano eleitoral, além de matérias como a jornada de trabalho de 40 horas, o fim do fator previdenciário, a PEC do Trabalho Escravo e a flexibilização da terceirização, por exemplo, é preciso ficar atento para a apreciação de matérias a serem encaminhadas pelo Executivo para que tenham tramitação em ritmo célere, uma vez que o ano será atípico – com Copa do Mundo e eleições, o que encurtará o período de trabalho do Congresso.
Discussão político-eleitoral
O parlamentar avalia que os debates a serem travados na Casa não serão “contaminados” pela discussão político-eleitoral daqui, mas influenciados com certeza serão. Por esse motivo, frisou que atuará com certo cuidado na liderança do partido de Dilma. “Procuraremos ser respeitosos com todos, mas firmes na defesa da presidenta e dos projetos prioritários para o País”, afirmou.
“É uma honra para mim a responsabilidade que me foi dada pelos deputados. Por ser um ano eleitoral e por ser porta-voz desta que é para mim a melhor bancada. Vamos atuar no sentido de garantir, tanto na trincheira interna como na externa, da aprovação de projetos prioritários para o país, convencer os colegas de que esse é o melhor caminho”, colocou Vicentinho.
Ele ressaltou sua avaliação de qua bancada petista na Câmara é formada por “companheiros que têm, cada um, uma história de vida na sua área de atuação, seja no movimento sindical, na área rural, no movimento popular ou na sociedade.”
Reforma política
O deputado defende a reforma política, que a seu ver teria muitapossibilidade de evoluir, caso viesse a ser votada este ano. Admite, entretanto, que não sabe se isto será possível. “Se vier a ser votada em 2014, a reforma poderia gerar uma boa discussão na Casa, pois não iria tramitar sob o clima do interesse imediato. Poderíamos tentar aprovar itens importantes para o país, como o fim do financiamento privado de campanha, avançar no caminho da ética e na transparência, mas ainda não dá para dizer se será possível. Precisamos, antes, sentir qual será o clima em relação à matéria entre os parlamentares”, disse.
Provas de fogo
As duas grandes provas de fogo do líder serão travadas a partir da próxima semana. A primeira será a formação da nova composição das comissões técnicas da Câmara, com a retomada da presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias para o PT. De acordo com ele, estar à frente da comissão é ponto pacificado entre a bancada, mas o assunto será tratado apenas na próxima semana, durante reunião agendada pelo presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) com todos os líderes partidários.
A segunda, será a discussão sobre a cassação do mandato do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), condenado pela Ação Penal-470 pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e preso na última terça-feira, 4 de fevereiro.
Vicentinho (PT-SP) assumiu a liderança do Partido dos Trabalhadores na Câmara este ano, no lugar do deputado José Guimarães (CE). O parlamentar já atuava como vice-líder do partido. Ele foi metalúrgico na Mercedes Benz e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e da CUT.Na Câmara, dentre algumas posições onde se destacou, atuou como membro da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP) no ano passado, além de ter presidido a Frente Parlamentar pela Segurança e Saúde no Trabalho.