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Editorial

Sobre expectativas reais e fantasias golpistas

A economia estagnada, o país com alto índice de desemprego e Temer continua a fazer desgoverno frente ao poder executivo do país. O editorial da Folha nº 891 faz uma análise sobre estes anos de golpe

Imprensa SMetal
Divulgação
Confira o editorial e outros textos da Folha nº 891 no site www.smetal.org.br

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Para a imprensa que ajudou a promover o golpe recente e para os governantes que usufruíram da manobra golpista, 2018 começou do mesmo jeito que 2017: mentindo, distorcendo e tentando vender melhorias ilusórias na economia como se fossem sinais verdadeiros de retomada do crescimento e da geração de empregos no Brasil.

Já nos primeiros dias de 2018 não faltaram jornalões e revistas semanais que comemoraram a inflação de 2017 como a “menor dos últimos 19 anos”. Vários desses veículos também soltaram rojões anunciado que o governo investiu “95% a mais em saúde durante 2017, em comparação com 2015”.

Para a imensa maioria da população brasileira, essas notícias vendidas pelo governo e disseminadas pela mídia golpista não passam de piada de péssimo gosto.

Na vida real do trabalhador, a inflação oficial baixa, de 2,95%, referente a 2017, não é motivo de comemoração. Os preços pararam de subir porque não houve procura pelos produtos ou serviços oferecidos. E não houve procura porque mais de 13 milhões de brasileiros estão desempregados. Outros 10 milhões sobrevivem de subempregos.

Além do desemprego, em 2017 o Brasil registrou 45,5 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza, com renda de até R$ 140 por mês, segundo o Banco Mundial.

Entre os que estão empregados, milhões de trabalhadores estão com salários congelados ou reduzidos. Quem está empregado está inseguro, pois os cortes de vagas são constantes em todos os setores da economia. Nessa situação, quem haverá de consumir mais do que o necessário para viver?

Ainda em 2017, no mês de novembro, a reforma trabalhista transformou medo em pavor. Ela legalizou o emprego precário e permitiu aos empresários transformar funcionários efetivos em trabalhadores intermitentes, prestadores individuais de serviço (por meio de “pejotização” ou home-office).

É nesse cenário que se fez a “inflação baixa” comemorada por Temer, seus aliados e seus cupinchas.

Sobre os supostos investimentos em saúde, a piada do governo, que já era péssima em relação à inflação baixa, torna-se mortal.

As epidemias, as filas, a falta de vacinas, o fim das farmácias populares, a PEC 55 e a recusa do governo federal em voltar a fornecer remédios de alto custo para os pacientes brasileiros, transformam os golpistas em assassinos. Futuramente, se houver Justiça de verdade, eles devem ser responsabilizado pelo extermínio em massa.

Voltando ao viés do emprego, mesmo tendo tomado o poder há quase um ano e meio, Temer sequer sinalizou com uma política industrial para o país; o que torna muito improvável a indústria em geral voltar a contratar ainda este ano.

Não bastassem as baixas expectativas de volta da segurança e da estabilidade no mercado de trabalho, o governo e os patrocinadores do golpe estão voltando a tirar da gaveta outro plano de ataque contra os trabalhadores: a reforma da Previdência.

Todo cidadão e cidadã que não quiser acumular, muito em breve, mais esse prejuízo em sua capacidade de planejamento futuro, deve começar a reagir desde já contra a reforma da Previdência.

A quem tiver essa disposição e coragem, saiba que o SMetal é seu aliado nessa batalha coletiva!

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