No fim de semana, dias 14 e 15, aproximadamente 100 militantes de movimentos sociais e sindicais marcaram presença no terceiro encontro da Organização de Comunicação e Cultura Alternativa (Occa), na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal).
A Occa reúne pessoas de todas as idades, de várias cidades do Estado de São Paulo, com o objetivo de discutir políticas públicas, desafios dos movimentos progressistas e, principalmente, debater assuntos ligados às áreas de comunicação e cultura.
O primeiro encontro ocorreu em dezembro de 2016, em Mongaguá; o segundo, em julho deste ano, em Araçatuba.
De acordo com a integrante de Sorocaba, Renata Marques, estiveram presente no terceiro encontro, em Sorocaba, pessoas de Araçatuba, Birigui, São Paulo, Salto, Porto Feliz, Itu e São José do Rio Preto. “No sábado, tivemos discussões sobre combate ao racismo, gêneros e conjuntura internacional”, afirma Renata.
O presidente do SMetal, Leandro Soares, participou do evento no sábado, 14, para abordar a importância do encontro, que contou, principalmente, com jovens que enfrentam esse momento neoliberal pelo qual passa a América Latina. “É fundamental a participação desses jovens nesse cenário. Pois são os jovens nossas futuras lideranças”, destacou Soares.
Ele abordou também a oxigenação nas entidades e citou que o SMetal tem em sua atual direção executiva trabalhadores na faixa dos 30 anos, como o próprio presidente, o secretário-geral, Silvio Ferreira, e o secretário de administração e finanças, Tiago Almeida do Nascimento.
“Enquanto sindicato classista e cidadão, ficamos felizes com esse nível de organização e estamos aqui para auxiliar no que for necessário, porque a unidade entre movimentos sociais e sindicais se faz muito importante para enfrentar esses ataques aos direitos, o congelamento de investimentos por 20 anos pelo governo Temer, fora o retrocesso nas conquistas dos últimos 13 anos de governo do PT após o golpe de Michel Temer (PMDB)”, ressaltou.
No domingo, 15, a roda de conversa começou com o tema movimento sindical, com o secretário de organização do SMetal, Izídio de Brito, que abordou, junto com uma diretora do Sindicato dos Psicólogos, a luta coletiva da classe trabalhadora. Izídio disse que é necessário superar esse momento tão difícil, de um mundo conservador. Destacou que um dos desafios é ampliar o poder dos trabalhadores e lembrou da primeira greve geral do país, em 1917.
“Há 100 anos ocorria uma grande mobilização pela liberdade de organização dos trabalhadores, que são os que geram as riquezas do país”. Com base na história do Brasil, Izídio também comentou sobre a remessa de lucros, um imposto que nunca foi aplicado. “Em 1964, João Goulart queria colocar o imposto de remessa de lucros em prática, mas sofreu um golpe”, alertou.
Izídio explicou que as grandes indústrias, multinacionais, lucram muito com o suor dos trabalhadores, que produzem equipamentos que são vendidos a preços altos, mas no final do mês o salário não é condizente com a produção. “As multinacionais enviam o dinheiro para fora do país e ainda continuamos sem taxar a remessa de lucros”.
Além do tema movimento sindical, outro tema discutido no domingo foi comunicação, com a representante da imprensa do SMetal, Fernanda Ikedo, que abordou como as ferramentas de comunicação, como livro-reportagem e documentário, podem dar visibilidade para as lutas do povo e que comentou sobre a comunicação sindical.
Flávia Toledo esteve presente também para falar sobre a atuação na rádio comunitária Cultural FM (87,7), da zona norte da cidade, que aborda os fatos sempre mostrando todos os lados envolvidos, além da designer da Occa, Fran Ribeiro, que produz todo o material gráfico e logomarcas da Organização.
O tema da cultura foi abordado por Débora Bergamini, que tem experiência na área em setor público. O domingo também contou com oficinas de expressão corporal, batucadas e a discussão sobre o movimento estudantil.