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SMetal faz protesto na Metalac após acidente envolvendo trabalhadores

Metalúrgicos paralisaram por três horas em frente à fábrica; manifestação aconteceu após dois trabalhadores serem atingidos por uma calha no setor de tratamento superficial da empresa

Imprensa SMetal
Foguinho/Imprensa SMetal
Protesto começou por volta das 05h da manhã desta sexta-feira, 01, e seguiu até às 08h30

Protesto começou por volta das 05h da manhã desta sexta-feira, 01, e seguiu até às 08h30

Parte da diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) esteve em frente à Metalac na madrugada desta sexta-feira, 01, em protesto contra as condutas da empresa no caso do acidente envolvendo dois metalúrgicos, no último dia 18. A paralisação contou com a adesão dos trabalhadores e durou mais de três horas.

De acordo com Izídio de Brito, que é secretário de organização do SMetal e membro do Comitê Sindical de Empresa (CSE) na Metalac, a manifestação se deu pela demora da empresa em abrir uma Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) e, também, pelo fato de que os representantes da fábrica não responderam às tentativas do Sindicato em marcar uma reunião presencial para dialogar a respeito deste assunto.

“O acidente aconteceu no dia 17 de junho e somente no dia 23 a fábrica abriu a CAT; porque o nosso corpo sindical cobrou a cópia. Estávamos até essa manhã sem, devidamente, receber uma cópia deste documento como manda a legislação”, afirma Izídio. Vale ressaltar que, juridicamente, a empresa está obrigada a enviar cópia da CAT ao Sindicato, conforme determina a IN77/20152, do INSS.

No protesto desta madrugada, os dirigentes sindicais relembraram sobre a importância de um ambiente de trabalho seguro para cada mãe e pai de família. Segundo eles, essa ação do Sindicato dos Metalúrgicos vem no sentido de dar visibilidade para a gravidade deste acidente, além de fazer um alerta para todos os atores envolvidos na garantia da saúde e segurança dos trabalhadores como os membros da CIPA, o CSE e, claro, a própria empresa.

Ao fim do protesto, Izídio comunicou que o SMetal notificou o Ministério Público (MP) quanto a situação na Metalac e propôs alguns pontos no documento, sendo eles:

1 – Rediscutir a carga horária do equipamento;
2 – Na manutenção imediata do equipamento trazendo os especialistas que a montaram e os profissionais da operação e manutenção para acompanharem, pois os mecânicos não tem esse treinamento;
3 – Relatório dos pedidos de paradas de manutenção de 12 meses tudo que foi trocado e horas de parada e quem acionou;
4 – Situação de cada operador do cumprimento das suas férias;
5 – Reunião integrada com a CIPA e sindicato;
6 – Rediscussão do código de condutas e compliance, que complicam inibem as denúncias;
7 – Mapear outros gargalos e datas de vida dos equipamentos pois tem muita coisa antiga na principalmente na área de tratamento e fornos.

Relembre o caso

Na madrugada do dia 18 de junho, dois trabalhadores foram atingidos por uma calha, enquanto realizavam um procedimento de manutenção no local. Os dois homens foram levados ao Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS) com quadros clínicos diferentes.

Um dos metalúrgicos sofreu lesões que afetaram as pernas, dorso e lombar, mas consideradas “leves”. Desta forma, após passar por atendimento especializado, recebeu alta no mesmo dia e foi para a casa se recuperar dos ferimentos.

Já o segundo funcionário deu entrada no hospital em estado grave. De acordo com informações do CSE, ele sofreu lesões que atingiram partes como tórax e coluna lombar. Os médicos conduziram uma cirurgia de risco no sábado, 18, e tiveram sucesso na operação.

“Ficamos otimistas em saber que ambos saíram dessa com vida, mas como ficará o psicológico depois deste susto? Como irão seguir suas vidas com este trauma que, para além de físico, traz sequelas mentais tão graves? Nossa função, como representantes de categoria, é garantir todo o suporte necessário. Manifestar nosso descontentamento com a forma que a Metalac trata o caso é uma maneira de defendê-los”, acrescenta Izídio.

Ele finaliza dizendo que o Sindicato repudia toda e qualquer prática que impeça uma entidade trabalhista de atuar em defesa da categoria que representa.

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