Após pressão do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), que esteve na porta da fábrica na manhã desta quinta-feira, dia 10, dialogando com os trabalhadores, um representante da empresa CPC Fabricação e Montagem entrou em contato com a entidade e efetivou o enquadramento sindical, conforme reivindicado pelo SMetal. A empresa presta serviços de caldeiraria e solda para a White Martins e fica instalada dentro da planta da multinacional.
O dirigente do SMetal, Alessandro Marcelo, conta que os funcionários da CPC exercem as mesmas funções que os metalúrgicos da empresa mãe e que o Sindicato vinha, há meses, tentando contato com a terceirizada para tratar do assunto. “O enquadramento sindical se dá pela atividade preponderante da empresa, que é a mesma da White Martins. Então, legalmente, o SMetal deve ser o representante desses trabalhadores”, enfatiza.
Segundo ele, após a pressão, a empresa se comprometeu a fazer o enquadramento imediatamente e também um levantamento dos trabalhadores que desejam se filiar à entidade. “Os trabalhadores têm procurado o Sindicato para reivindicar melhorias no local de trabalho e também para serem sócios. Porém, para dar início a qualquer negociação, temos explicado que é fundamental que a empresa se cadastre no Sindicato”, conta.
A principal reivindicação dos trabalhadores da CPC e das demais terceirizadas da White Martins – Fratec e Forte Pinturas – é a negociação de um Programa de Participação nos Resultados (PPR), conforme os critérios do SMetal. “Na Fratec e na Forte, já protocolamos a pauta do PPR. O próximo passo é enviar o documento também para a CPC e agendar uma reunião para dar início às negociações o quanto antes”, conta.
Terceirização da atividade-fim
Durante a conversa com os trabalhadores, Marcelinho lembrou da luta do movimento sindical contra a terceirização irrestrita, em 2018, que é uma forma de precarizar o trabalho. Ele enfatizou que, apesar de liberar esse tipo de contratação em todas as atividades de uma empresa, a decisão não afetou a questão do enquadramento sindical, que é o que ordena as categorias econômicas e profissionais.
“A liberação da terceirização da atividade-fim foi, com certeza, um grande retrocesso para a classe trabalhadora, pois acaba resultando em redução de salários, direitos e benefícios, além de deixar os trabalhadores mais vulneráveis a acidentes. Mas, desde então, o Sindicato não tem medido esforços para defender a dignidade de todos os trabalhadores da categoria, sem distinção do tipo de contrato”, assegura.