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SMetal critica taxa de juros e cobra mudanças na política econômica do BC

Comitê de Política Monetária (Copom), órgão do Banco Central (BC), está reunido para definir a taxa básica de juros, a Taxa Selic; direção do SMetal defende que há margem para redução dos juros

Imprensa SMetal
Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Reunião do Copom teve início nesta terça-feira, 21

Reunião do Copom teve início nesta terça-feira, 21

O Comitê de Política Monetária (Copom), órgão do Banco Central (BC), está reunido para definir a taxa básica de juros, a Taxa Selic. A tendência, até o momento, é que os membros do Copom mantenham a Selic em 13,75% ao ano.

Mas o que isso tem a ver com você, trabalhador? Para entender melhor a questão, o SMetal traz as principais informações sobre o assunto e como isso afeta a sua vida.

O que é a taxa Selic? Para que ela serve?

A Taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) é a principal medida de juros usada pelo Banco Central. Ela influencia todas as outras taxas brasileiras, tais como de empréstimos, financiamentos e investimentos, entre outras.

Na prática, quando a taxa Selic sobe, esses empréstimos, financiamentos e investimentos tendem a ficar mais caros.

O BC usa a taxa Selic para controlar a inflação, estimulando ou desestimulando o consumo.

CRÍTICA DO SMETAL: depois de muitos meses em alta, a inflação está em queda e tende a continuar diminuindo, abrindo margem para redução dos juros. Com juros mais baixos, as pessoas e empresas tendem a consumir e investir mais e, com isso, movimentar a economia, gerando mais empregos e renda.

Como a taxa Selic é definida?

A cada 45 dias, os membros do Comitê de Política Monetária, o Copom, se reúnem para definir se a taxa Selic, levando em consideração uma análise do cenário econômico – do Brasil e do mundo – e também as perspectivas da economia.

Os atuais integrantes do Copom foram indicados por Jair Bolsonaro e são, em sua maioria, representantes dos empresários – ou do mercado financeiro.

CRÍTICA DO SMETAL: na prática, quem define a taxa Selic atualmente são pessoas aparentemente mais preocupadas com o mercado financeiro do que com o setor produtivo. É consenso que os integrantes do Copom estão pegando pesado e o Brasil tem margem para reduzir os juros. Quando a decisão é manter a taxa em alta – ou mesmo subir os juros – as consequências podem incluir a falta de importantes investimentos, que gera desemprego e queda de renda da população.

O Brasil tem a taxa de juros real mais alta do mundo e isso não é bom para a economia. Economista Joseph Stigliz, prêmio Nobel de Economia, disse que a taxa de juros do Brasil é chocante e que vai matar qualquer economia. Segundo ele, “é impressionante que o Brasil tenha sobrevivido a isso, que seria uma pena de morte”.

Até o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Josué Gomes da Silva, criticou as taxas de juros praticadas no Brasil que, segundo ele, podem ser consideradas “’pornográficas’ e incompatíveis com a situação fiscal do país”.

Quais os impactos na economia e na vida do trabalhador?

Se a taxa Selic está alta ou sobe ainda mais, fica mais caro comprar através de financiamento ou ter acesso a crédito. Por exemplo, a empresa leva em consideração os custos financeiros que terá para adquirir uma máquina e, com os juros em alta, pode não realizar a compra. Com isso, os produtos podem encalhar, fazendo a produção da máquina cair e, consequentemente, há o risco de demissão dos trabalhadores.

Além disso, quando os juros são altos, as taxas operacionais também são mais altas e isso faz com que as empresas deixem de investir no Brasil. Como consequência, a economia desaquece e também pode gerar desemprego e perda de renda do trabalhador.

Outro ponto problemático dos juros em alta é no dia a dia da população. De modo geral, as pessoas não compram à vista. A maioria dos investimentos feitos no Brasil são a prazo, ou seja, parcelados. Com isso, se a taxa Selic está alta ou sobe, os juros desses investimentos ficam mais caros. O resultado é que, com os juros em alta, as pessoas tendem a não realizar investimentos financiados.

CRÍTICA DO SMETAL: Para direção do SMetal, a independência do Banco Central, implantada por Bolsonaro, só tem um objetivo: defender os mais ricos. Hoje, o Brasil tem inflação na casa dos 5,75% enquanto pratica 13,75% de taxa de juros, o que representa 8% de juros reais – o mais alto do mundo.

Como consequência, quem paga o preço é a população brasileira, que sente no bolso tudo ficar mais caro e não consegue realizar investimentos maiores, como comprar um carro, uma casa ou construir.

Além disso, os juros altos afastam os investidores – seja nacional ou internacional – que não estão dispostos a correr riscos investindo no setor produtivo quando podem ter um retorno de 13,75% apenas comprando títulos públicos e não fazendo absolutamente mais nada.

Tudo faz com a economia do Brasil caminhe ladeira abaixo e o resultado é sempre o mesmo: desemprego, miséria e fome. Nessa mesma toada, os empresários sempre se aproveitam dessa situação para pedir a retirada de importantes direitos e dificultam as negociações de reajuste salarial e benefícios, como PPR.

O Brasil tem condições de crescer e ser uma potência econômica, como aconteceu anos atrás nos governos Lula e Dilma, com emprego, renda e direitos garantidos. Para isso, é preciso que o BC entenda a importância e as condições favoráveis para a diminuição da taxa de juros.

Dessa maneira, o Brasil se torna atrativo para investimentos e a classe trabalhadora pode consumir, gerando uma cadeia de crescimento essencial para todos nós.

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