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Fórum de Saúde 2023

SMetal concede formação para cipeiros de empresas da base

Trabalhadores puderam participar de atividade formativa durante o Fórum de Saúde do SMetal; curso foi ministrado por especialistas da área de saúde e contou com certificação

Caroline Queiróz Tomaz/Imprensa SMetal
Foguinho/Imprensa SMetal

Atividade formativa durou três dias e contou com a partipação de trabalhadores de CIPAAs das empresas que fazem parte da base do SMetal

Na última semana, o Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) deu início ao Fórum de Saúde do SMetal, atividade que girou em torno da importância da CIPAA e contou com palestras de abertura, além de três dias de formação voltados para cipeiros e cipeiras de empresas que fazem parte da base do SMetal.

Cerca de 70 trabalhadores puderam participar de atividades conduzidas pelo Núcleo Semente (Instituto Sedes Sapientiae) – que é um coletivo interdisciplinar de reflexão, pesquisa, atuação formativa e de intervenção nas questões relativas à vida, à saúde e aos direitos humanos de trabalhadores e trabalhadoras.

Junto com o Semente, esteve o médico do trabalho, Nilton Teixeira, que também auxiliou na condução da atividade. Nilton já participou de outras formações do SMetal, também direcionados à importante Comissão de Prevenção a Acidentes e Assédio.

Durante os encontros, os cipeiros estiveram diante de situações-problema, ou seja, encenações colocadas de forma a dramatizar problemas que podem ser encontrados no cotidiano para que eles pudessem construir soluções práticas, como fariam no dia a dia.

“Com essa formação o SMetal busca dar subsídio aos cipeiros e cipeiras, para que esses trabalhadores tenham ferramentas adequadas na hora de orientar os companheiros de fábrica. Assim como nós, dirigentes, nos atualizamos sempre que há mudanças, acreditamos que a formação constante dos trabalhadores é fundamental”, afirma Silvio Ferreira, secretário-geral do SMetal.

Novas ferramentas

Além disso, os trabalhadores puderam absorver conhecimento acerca das mudanças recentes na CIPAA que passou a ter um “A” a mais em sua sigla, representando a questão do assédio – moral, sexual e psicológico – em março deste ano, por meio da Lei nº 14.457/2022.

Essa lei, que instituiu o Programa Emprega + Mulheres, também alterou a redação do artigo 163 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), mudando o nome da CIPA. Nessa nova redação, fica como responsabilidade das empresas algumas obrigações como, por exemplo, o desenvolvimento de uma política clara de prevenção e combate ao assédio, com medidas disciplinares apropriadas em caso de violação da política.

Iara Ruzzinenti, técnica em segurança do trabalho que atua na assessoria do SMetal, foi uma das facilitadoras desse processo. Ela conta que um ponto que foi trabalhado pelo Núcleo Sementes foi a questão do assédio, principalmente pela perspectiva da alteridade, ou seja, na capacidade de se colocar no lugar do outro.

“Quando o trabalhador se coloca no lugar do outro, ele vai ter uma reflexão mais profunda sobre essa problemática. Muitas vezes as pessoas enxergam o assédio como uma piada, brincadeira, ou alguma questão que está dentro de uma cultura de normalização desse problema. Eles puderam ver que não é bem assim”, afirma.

Na leitura da técnica de segurança do trabalho, a sociedade vive outro momento, em que os mais jovens não aceitam determinadas violências psicológicas como o assédio, por exemplo. Para ela, o mercado de trabalho não é diferente. “Os cipeiros presentes nessa atividade, boa parte eram jovens e mulheres, o que para nós é muito bacana. É uma geração que não aceita mais o assédio disfarçado de brincadeirinha. É esse tipo de pessoa que faz a diferença no dia a dia das fábricas metalúrgicas”, assegura.

Na visão da direção do SMetal, a inclusão da nova letra da CIPA ainda está longe de representar uma Comissão ideial, mas já foi um ponto de partida que reverberou em uma discussão fundamental para o dias de hoje.

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