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Discussões sobre a importância da CIPAA marcam 1º dia do Fórum de Saúde do SMetal

Abertura aconteceu nesta terça-feira, 7, e reuniu especialistas de áreas como saúde, justiça e direito dos trabalhadores

Carol Fernandes/Imprensa SMetal
Foguinho/Imprensa SMetal

A abertura do evento reuniu especialistas de áreas como saúde, justiça e direito dos trabalhadores

O Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) deu início na terça-feira, 7, à primeira edição do Fórum de Saúde do SMetal. Com o tema “Por uma CIPAA consciente e responsável”, a abertura do evento reuniu especialistas de áreas como saúde, justiça e direito dos trabalhadores. 

Durante a abertura do evento, Leandro Soares, presidente do SMetal falou sobre a importância de eventos como o Fórum e da discussão proposta, além de destacar a atuação do Sindicato dos Metalúrgicos. 

“Ao longo dos anos, o SMetal tem se reinventado, juntamente com o movimento sindical, diante dos enfrentamentos e desafios dos quais fomos tomados com as reformas trabalhista e previdenciária. Acima de tudo, buscamos  manter as conquistas, adquiridas ao longo de muitos anos de luta para chegar onde nós chegamos, através das nossas convenções coletivas e dos nossos acordos de trabalho”, disse. 

Erick Silva, presidente da FEM – CUT/SP (Federação Estadual dos Metalúrgicos de São Paulo), relembrou como foi a atuação dos sindicatos nos períodos de governos conservadores no país e ressaltou a importância deste debate no momento de um governo progressista.

“A principal bandeira, neste período, foi a da resistência. Nós sabíamos que tínhamos que resistir a isso. Resistimos, mantivemos as convenções coletivas e, agora, estamos num processo de reconstrução. E fundamentalmente, essa reconstrução também tem que começar da base, da CIPAA”, afirmou.

Já Valdeci Henrique da Silva (Verdinho), vice-presidente do SMetal, que assumiu este ano seu primeiro mandato como secretário de Saúde da CUT/SP, lembrou de seus anos de luta durante o período em que fez parte da CIPAA na Johnson Controls (atual Clarios). 

“O que mais vale, é que diante dos olhos do capital e do patrão, saúde não tem valor algum, mas é a nossa vida que está em questão. Isso é papel de CIPAA, e se torna ainda mais importante com essa nova responsabilidade que está trazendo com a CIPAA, que é combater o assédio, seja ele sexual, emocional, de que forma for”, ressaltou Verdinho.

Normas Regulamentadoras e prevenção

Os dados alarmantes sobre acidentes e adoecimento físico e mental no trabalho não podem ser ignorados. Cada número representa uma pessoa, uma família, e tem um impacto profundo em nossa sociedade. Em 2022, o Brasil registrou 612,9 mil notificações de acidentes relacionados à jornada profissional. Isso resultou em 148,8 mil benefícios concedidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Já o número de óbitos por acidente de trabalho no país atingiu 2.538 no ano passado. 

A saúde mental também é um assunto de saúde no local de trabalho. E virou até pauta de Norma Regulamentadora, conhecida no Brasil como NR, regulamentam e fornecem orientações sobre procedimentos obrigatórios relacionados à segurança e saúde do trabalhador. 

Loricardo de Oliveira, presidente da CNM/CUT (Confederação Nacional dos Metalúrgicos), fez um resgate histórico sobre o surgimento das normas regulamentadoras. 

“Falar da CTTP é importante para conhecer a história. A gente falou aqui da história da CIPAA, de 1944, mas é importante lembrar, também, como foram formadas as NRs, as normas”, disse.

A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), a partir de 2022, com a lei que instituiu o Programa Emprega + Mulheres (nº 14.457), a sigla da Comissão passou a incluir um “A” a mais, que se refere à palavra assédio. Com a mudança, houve a inclusão de temas referentes à prevenção e ao combate ao assédio sexual e a outras formas de violência nas atividades e nas práticas das CIPAAs.

Papel das instituições

Na segunda mesa de abertura, Pedro Tourinho, presidente do Fundacentro (Fundação Jorge Duprat Figueiredo, de Segurança e Medicina do Trabalho), explicou como funciona a entidade e falou também sobre a importância de que doenças como o burnout se tornem uma temática central de discussão. 

“A temática do adoecimento psíquico relacionado ao trabalho, eu diria que ela hoje se avolumou de uma maneira tão forte que ela ofusca outros temas. Para nós, desde que eu cheguei na Fundacentro, a gente tem recebido de forma sistemática, todos os sindicatos que nos procuram, e não para de me impressionar o tanto que quase que é unânime, a primeira demanda é: nós precisamos fazer algo acerca da saúde mental dos nossos trabalhadores”, disse. 

O mesmo foi defendido por Luciana Barreto, assessora especial da CTTP da nova NR5 (Norma Regulamentadora nº5), que também ressaltou a importância das negociações promovidas pelos sindicatos e a inclusão de um “A” a mais na sigla da Comissão Interna que, para ela, cabe “tudo aquilo que constrange” quando se trata do assédio. 

Já Paulo Cordeiro, médico do trabalho do Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador), falou sobre a importância da educação e prevenção, e defendeu o diálogo com trabalhadores mais jovens, para os ajudarem a se proteger e orientar sobre como participar de uma CIPAA.

José Ubiratan Carvalho Vieira, gerente regional do Trabalho, falou sobre o “relaxamento” na legislação do trabalho, o aumento do número de mortes por acidente de trabalho entre os mais jovens e destacou, também, a explosão de uma empresa metalúrgica de Cabreúva. 

Os analistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), Tatiana Mariano Rodrigues e Guilherme Alessandro Tozatto, falaram sobre o programa de reabilitação profissional conduzido por eles com trabalhadores das fábricas. 

“A reabilitação profissional é uma assistência educativa, que vai trabalhar e orientar esse trabalhador, para que ele possa se requalificar, se preparar para esse reingresso no mercado de trabalho, na condição de beneficiário reabilitado”, afirmou Tatiana.

Programação continua até esta quinta-feira

O segundo e terceiro dia do Fórum de Saúde do SMetal, dias 8 e 9, estão sendo voltados aos cipeiros e cipeiras de empresas metalúrgicas da base do SMetal. Os participantes têm desenvolvido atividades com o Núcleo Semente (Instituto Sedes Sapientiae) e com o médico Nilton Teixeira, sobre a importância da CIPAA no local de trabalho.

Abertura do Fórum de Saúde do SMetal
Foguinho/Imprensa SMetal
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