Depois de aprovado em definitivo pela Câmara Municipal, o prefeito Antonio Carlos Pannunzio (PSDB) vetou, na segunda-feira, dia 12, o projeto de lei de iniciativa popular que cria o Hospital Público Municipal. A campanha de coleta de assinaturas, realizada em 2012, foi liderada pelo Sindicato dos Metalúrgicos e teve a adesão de 26.584 eleitores sorocabanos.
Em nota distribuída à imprensa, a diretoria do Sindicato repudiou a decisão de Pannunzio e considera o veto uma demonstração de “insensibilidade” às necessidades da população que, além de filas nas unidades de saúde já existentes chega a aguardar meses para conseguir uma consulta.
A diretoria do Sindicato ressalta ainda que a rápida adesão do povo sorocabano ao projeto de iniciativa popular “demonstra a insatisfação dos cidadãos quanto ao atendimento prestado nas unidades de saúde já existentes”.
Por fim, a nota afirma que o Sindicato pretende contribuir mobilizando a classe trabalhadora para acompanhar a derrubada do veto na Câmara.
Leia abaixo, na íntegra, a nota de repúdio assinada pelo presidente do Sindicato, Ademilson Terto da Silva:
Nota de repúdio ao veto de Pannunzio ao projeto popular do Hospital Municipal
A diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região, entidade que liderou a campanha pela coleta de 26.584 assinaturas de eleitores sorocabanos em defesa da construção do Hospital Público Municipal, em 2012, repudia a decisão do prefeito Antonio Carlos Pannunzio (PSDB) de vetar o projeto de lei de iniciativa popular de expressivo alcance social e prioritário para os sorocabanos.
A rápida adesão do povo sorocabano ao projeto de iniciativa popular demonstra que a construção do Hospital Público Municipal é prioridade para os seus habitantes e, ao mesmo tempo, revela a insatisfação dos cidadãos quanto ao atendimento prestado nas unidades de saúde já existentes.
O veto de Pannunzio, por sua vez, mostra a insensibilidade em relação às necessidades da população que, quando adoecida, sofre durante horas em filas, quando, não raro (conforme publicado em diversas reportagens da imprensa local dos últimos anos), chega a aguardar meses para conseguir uma consulta.
O veto do prefeito, empossado há menos de três meses, também representa uma quebra de confiança para com a cidade. Afinal, durante sua campanha eleitoral, em 2012, a construção do hospital foi um “compromisso” assumido pelo então candidato em diversas ocasiões.
Pannunzio tenta justificar o veto alegando que a proposta “compete privativamente ao prefeito”, demonstrando vaidade e espírito autoritário, que se sobrepõe à vontade popular manifestada em milhares de assinaturas.
Além disso, ao apontar que “eventual aprovação da lei acarretará despesas ao erário público”, Pannunzio ignora o fato de Orçamento Municipal de 2013 já constar a destinação de verba de R$10 milhões para início das obras do hospital, fruto de emenda apresentada no ano passado pelo vereador metalúrgico Izídio de Brito (PT). Convém lembrar que a emenda, aprovada pela Câmara, teve anuência do próprio líder do governo, Paulo Mendes (PSDB), a pedido do então candidato Pannunzio.
Sob as premissas do conceito de Sindicato Cidadão, entendendo que a melhoria da vida do trabalhador não ocorre somente por meio de lutas e conquistas dentro das fábricas, mas também na sociedade, o Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região vai continuar acompanhando o desfecho do projeto do Hospital Municipal.
Com a confiança de que os vereadores de fato representem os anseios populares, o Sindicato pretende contribuir mobilizando a classe trabalhadora para acompanhar a derrubada do veto na Câmara e, finalmente, ver a vontade popular prevalecer sobre o capricho partidário.
Ademilson Terto da Silva
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região