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Resistência

Sindicato do ABC vai lutar pelos mais de 4 mil empregos na Ford

Metalúrgicos vão definir ações para tentar reverter a decisão de fechamento da Ford de São Bernardo e criticam decisão unilateral da montadora. Trabalhadores interrompem atividades até terça-feira, 26

Imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
Divulgação SMABC
Após o anúncio de fechamento da planta da Ford, a representação dos trabalhadores fez uma assembleia interna na tarde deste terça, dia 19

Após o anúncio de fechamento da planta da Ford, a representação dos trabalhadores fez uma assembleia interna na tarde deste terça, dia 19

A Ford anunciou nesta terça-feira, dia 19, o fechamento da montadora em São Bernardo e o fim da fabricação de caminhões na América Latina, o que impactará na demissão mais de 4 mil trabalhadores diretos e terceirizados. O comunicado foi feito aos representantes do Sindicato durante a reunião com o presidente da Ford América do Sul, Lyle Watters, que estava agendada desde o início da mobilização dos trabalhadores em janeiro deste ano, para cobrar investimentos na planta.

“Não podemos admitir que, sem que as discussões não fossem levadas a sério por parte da Ford, ela anuncie seu fechamento colocando milhares de trabalhadores diretos e indiretos na planta de São Bernardo mais outros tantos na rede de fornecedores da Ford à deriva, dizendo simplesmente que quer optar por outro tipo de mercado”, criticou o presidente do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão.

Wagnão destacou que os Metalúrgicos do ABC têm um acordo com a montadora e lembrou que quando a Ford demitiu 40% dos trabalhadores, em dezembro de 1998, foi deflagrada uma greve enorme e iniciada uma cobrança constante por investimentos.

“Desde então, temos trabalhado no sentido de viabilizar os negócios que trouxeram condições de sobrevivência dessa fábrica. Nosso acordo prevê estabilidade no emprego até novembro deste ano. Quando foi fechado, há um ano e três meses atrás, com validade por dois anos, ele tinha o sentido de produzir condições necessárias para que a Ford recebesse um novo produto, é essa a intenção da garantia do emprego”, detalhou.

“Quem quer optar por outro tipo de mercado tem que ter comprometimento social e preocupação. Se a Ford quer abrir mão e só ter lucro no Brasil, ela tem que pensar que seus clientes podem se afastar de uma empresa com esse comportamento, foi o que aconteceu em 1998. Vamos fazer ela pagar o preço pela decisão que está tomando. Nossa luta será dura, na proporção do aviso que a Ford emitiu”, finalizou.

Após o anúncio da fábrica, a representação dos trabalhadores fez uma assembleia interna na tarde de ontem. O Sindicato orientou os trabalhadores a retornarem para suas casas e só voltarem na próxima terça-feira, dia 26, quando está marcada uma nova assembleia para definir os encaminhamentos de luta e achar alternativas. A plenária que estava prevista para quinta-feira, 21, na Sede está cancelada.

O coordenador-geral da representação na Ford, José Quixabeira de Anchieta, o Paraíba, chamou os trabalhadores para dar início ao processo de luta. “A Ford está tratando como se os trabalhadores fossem pequenos, descartando como se fosse uma troca de roupa. Construímos várias negociações para viabilizar a fábrica e os trabalhadores fizeram a parte deles. Temos que achar alternativas”, afirmou.

O diretor executivo do Sindicato e CSE na Ford, Alexandre Colombo, criticou a postura da montadora. “Depois de muito empenho dos trabalhadores e do Sindicato junto à empresa, em várias negociações para tornar essa fábrica viável, é lamentável e inaceitável a notícia de fechamento da Ford em São Bernardo. O Sindicato e os trabalhadores não aceitam o fechamento da Ford. Temos que procurar de todas as formas e em todas as instâncias possíveis para tentar reverter essa situação”, defendeu.

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