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Saúde do Trabalhador

Sesispat debateu mercantilização da saúde

Na edição deste ano, o evento teve o tema "Saúde não tem preço, mas doença custa caro" e, por meio de palestras com especialistas e profissionais da área da saúde, promoveu a reflexão do trabalhador

Imprensa SMetal
Gabrielli Duarte/Imprensa SMetal

Paulo Kaufmann, Izídio de Brito e Paulo Capucci formaram a mesa de debates na noite de quinta-feira, dia 17

Com o objetivo de fomentar o debate sobre saúde e prevenção dos acidentes ocorridos no local de trabalho, foi realizado entre os dias 15 e 19 de outubro, a 9ª Sesispat (Semana Sindical de Saúde e Prevenção a Acidentes de Trabalho) promovida pelo Sindicato dos Metalúrgicos.

Na edição deste ano, o evento teve como tema “Saúde não tem preço, mas doença custa caro” e, por meio de palestras com especialistas e profissionais da área da saúde, promoveu a reflexão sobre os inúmeros prejuízos (não apenas financeiros, mas também sociais) sofridos pelo trabalhador que é vítima de acidente ou doença de trabalho.

“Essa Sesispat foi muito positiva, principalmente para os cipeiros que participaram. Além disso, a presença dos especialistas convidados enriqueceu ainda mais o debate, não apenas sobre saúde e prevenção de acidentes, mas também em análises mais profundas de temas como legislação trabalhista, funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS) e inclusão de trabalhadores com deficiência”, afirma Ailton da Silva, secretário de Saúde do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região e organizador da Sesispat.

A abertura da 9ª Sesispat aconteceu no dia 15 e teve participação do advogado e professor de Direito Guilherme Bassi de Melo, do médico do Trabalho Roberto Ruiz e do juiz do Tribunal Regional do Trabalho, João Batista Martins César. Nos dias 16 e 17, à tarde, profissionais da área da saúde realizaram palestras sobre reeducação alimentar e doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e colesterol.

Já na noite do dia 17, o público conferiu um debate sobre as causas e consequências do perverso processo de mercantilização da saúde. A mesa teve presença do vereador sorocabano Izídio de Brito (PT), do médico do Trabalho Paulo Kaufmann, do médico e ex-secretário de Saúde de Guarulhos, Paulo Cappucci. Também participaram do debate a representante do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) Solange dos Santos e Daniela Valentim dos Santos, representando a secretaria municipal de Saúde.

“No mundo todo, a indústria médica-farmacêutica é tão poderosa e rentável quanto a indústria armamentista. Não por acaso, o capital defende e espalha a ideia de que remédios e planos médicos privados são o que trazem saúde. Mas isso é mentira. A experiência dos países mais desenvolvidos mostra que o que traz saúde é a boa qualidade de vida e acompanhamento preventivo”, afirmou Cappucci.

Defesa do SUS

Já Kaufmann fez uma ampla análise sobre o crescente número de doenças e acidentes de trabalho em paralelo ao também crescente número de pessoas que têm plano de saúde privado. “Os trabalhadores precisam defender a bandeira do SUS, que é um direito de todos. Aliás, os serviços dos planos de saúde são os que lideram, hoje, o ranking de reclamações dos consumidores, ficando atrás apenas do setor de telefonia”, ressaltou.

Na mesma linha de Kauffman, o vereador Izídio destacou que no Brasil, 25% da população têm convênio médico. Em Sorocaba, esse número sobe para 45%. “O número de convênios de Sorocaba, muito acima da média nacional, mostra que a qualidade do serviço público de saúde é muito ruim. Mas pagar um convênio não pode ser a solução. A solução está no investimento e na melhoria da gestão da saúde pública da cidade, que hoje está um caos”, comentou o parlamentar.

O diretor sindical Ailton da Silva foi um dos coordenadores da 9ª Sesispat (Foto: Cassio Freire/Imprensa SMetal)

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