O governo Temer tem feito mais uma forte rodada de pressão e de oferta de “mimos” para os deputados aprovarem a Reforma da Previdência ainda neste mês de fevereiro. A data desejada pelo presidente golpista e seus apoiadores para colocar o assunto em pauta na Câmara é dia 19 deste mês.
O próprio Temer tem admitido que, caso a reforma não seja votada nas próximas semanas, será difícil voltar ao tema este ano, pois estamos em ano eleitoral e os parlamentares sabem que as mudanças propostas para a previdência são impopulares.
Portanto, um esforço extra da população agora, usando todos os meios legais para exigir que os parlamentares digam um NÃO bem claro à reforma, será decisivo para afastar essa assombração que paira sobre o futuro de todos os trabalhadores brasileiros.
Nem o próprio governo quer colocar a proposta em votação se não tiver votos garantidos para aprová-la. E isso é mais uma prova do quanto a reforma é ruim para a população e o quanto os golpistas são sorrateiros e autoritários. Eles não aceitam o jogo democrático.
Para fazer valer sua vontade e seus planos de colocar à venda os direitos dos brasileiros para as grandes corporações que oferecem serviços nas áreas sociais, trabalhistas e previdenciárias, Temer e seus lacaios nem disfarçam a compra de votos para aprovar seus projetos.
Mas a pressão popular feita até agora contra a reforma, liderada pelo movimento sindical e social, tem surtido efeito. Tanto é que a proposta não foi colocada em votação até agora, pois muitos parlamentares têm recuado no apoio incondicional ao governo.
Até os deputados eleitos pela Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), que nos últimos dois anos, na maioria das vezes, votaram contra os interesses dos trabalhadores e da população mais pobre, agora se declaram “indecisos” em relação à reforma previdenciária.
Mas isso não significa que a pressão dos eleitores da RMS sobre esses deputados deve parar. Pelo contrário. A declaração pública de “indeciso” pode ser um recado para o próprio governo, na expectativa que os agentes de Temer aumentem os “incentivos” para compensar o voto favorável desses parlamentares em um projeto tão cruel para a imensa maioria dos brasileiros, em pleno ano eleitoral.
Se esses deputados realmente tivessem compromisso com a legislação que protege os direitos dos trabalhadores, eles já teriam declarado NÃO À REFORMA, sem deixar margem para dúvidas.
Além do empenho particular para pressionar os deputados a rejeitarem a reforma, através de e-mail, telefone e redes sociais, é necessário que os trabalhadores participem das ações coletivas, das mobilizações nas ruas e nas fábricas contra a proposta de Temer para a previdência.
Logo após o carnaval, o Sindicato dos Metalúrgicos (SMetal) vai retomar as assembleias em porta de fábrica para demonstrar o descontentamento dos trabalhadores em relação à reforma.
A participação nessas atividades sindicais será fundamental por dois motivos principais: chamar a atenção da sociedade para os prejuízos irreparáveis contidos na reforma e fazer com que os patrões também procurem seus parlamentares (a grande maioria dos deputados e senadores é ligada aos patrões) e exijam o fim dessas ameaças contra a população trabalhadora.
Então, temos um batalha que pode ser decisiva nas próximas semanas. Se os trabalhadores sairão dessa luta vitoriosos ou não depende da participação de cada um em todas as formas de pressão contra essa reforma nefasta.