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Paralisação

Sem plano de carreira, professores das Etecs mantêm greve

Os professores e funcionários administrativos das Etecs e das Fatecs, em greve desde 17 deste mês, não voltar ao trabalho enquanto o governo do estado não definir o Plano de Carreira

Imprensa SMetal
Foguinho/Imprensa SMetal

Professores e funcionários administrativos de Etecs e Fatecs estão em greve desde o dia 17 deste mês

Os professores e funcionários administrativos das escolas técnicas estaduais e das Fatecs, em greve desde 17 deste mês, prometem não voltar ao trabalho enquanto o governo do estado não definir o Plano de Carreira que eles aguardam desde 2011. Em Sorocaba, segundo o comando local do movimento, a paralisação tem 100% de adesão nas Etecs Rubens de Faria e Fernando Prestes e na Fatec. Apenas na Etec da Parada do Alto a greve é parcial.

O governador Geraldo Alckmin prometeu enviar uma proposta de Plano de Carreira à Assembleia Legislativa do Estado (Alesp) ainda nesta sexta-feira, dia 28. Em seguida, cabe aos deputados votar a proposta e remetê-la de volta ao governo estadual para ser sancionada.

Mas desde já o sindicato da categoria (Sinteps), afirma que não tem expectativas positivas em relação à proposta do governador. “A elaboração desse plano de carreira foi unilateral, antidemocrática. Não houve negociação com os trabalhadores. Está havendo imposição por parte do governo Alckmin. Nem sabemos ao certo o conteúdo da proposta”, afirma James Antônio Gomes Medeiros, diretor regional do Sindicato.

O plano de carreira dos professores e pessoal administrativo do Centro Paula Souza, que mantém as Etecs e Fatecs, equivale ao plano de cargos e salários dos funcionários das indústrias e prevê a evolução profissional e salarial no trabalho.

“Mesmo que o governador envie o plano de carreira à Assembleia Legislativa nos próximos dias, não sabemos quanto tempo vai demorar para ser votado. Portanto, não temos nenhuma proposta para analisar. Por isso, nossa greve continua por tempo indeterminado”, avisa James.

Avaliação do movimento

O diretor afirma que o sindicato vai organizar os trabalhadores para fazer uma avaliação do movimento, inclusive o eventual tramite da proposta na Alesp, logo após o carnaval. Se não houver avanços, é provável que seja realizada uma grande manifestação pública de professores e funcionários nas próximas semanas em São Paulo.

Outro problema crônico para os trabalhadores, segundo José Francisco da Rocha, um dos coordenadores do movimento em Sorocaba, é a falta de respeito do governo do estado em relação à data-base da categoria. “Deveríamos ter aumento salarial e outras garantias coletivas todo dia 1º de abril. Mas geralmente, só recebemos algum reajuste lá pelo mês de agosto de cada ano”.

Além do plano de carreira, os professores e funcionários reivindicam reposição das perdas salariais, cumprimento da Lei do Piso Nacional (Lei 11.738/2008), vale transporte, vale alimentação e auxílio alimentação para todos os trabalhadores do Centro Paula Souza e Plano de Saúde.

Francisco ressalta que o governo do estado sabe da insatisfação dos professores desde 2008 e nada fez para resolver o conflito trabalhista. “Em 2008 o governo já havia imposto um plano de carreira que desagradou a grande maioria dos professores e funcionários. Isso causou uma greve em 2011, quando o governador prometeu publicamente apresentar uma nova proposta. Mas até agora, em 2014, não temos nada de concreto”, informa o coordenador.

Apoio dos metalúrgicos

O Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba declarou esta semana apoio ao movimento dos trabalhadores das Etecs e Fatecs. “Não só apoiamos como pedimos a solidariedade e a compreensão dos metalúrgicos em relação à greve”, afirma Ademilson Terto da Silva, presidente do SMetal.

“Se a nossa data-base fosse continuamente desrespeitada, se ficássemos anos aguardando a promessa de um plano de cargos e salários e se o sindicato fosse impedido de participar das negociações, também não iríamos ficar calados. Iríamos parar”, explica Terto.

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