Em conversa com internautas pelo Facebook nesta terça-feira, dia 21, a presidenta Dilma Rousseff, acompanhada da ex-ministra do Desenvolvimento Social Tereza Campello, criticou o governo interino por ter pago parcela do programa Bolsa Família sem o reajuste previsto de 9%. O aumento no Bolsa Família foi autorizado por Dilma, no mês passado, uma semana antes de consumado o seu afastamento. A presidenta afirmou que o governo provisório “tem obsessão por cortar as políticas sociais”.
Dilma e a ministra lembraram os impactos positivos dos recursos injetados pelo programa na economia local. “Quando a família gasta com alimentos, roupas, calçados, remédios, isso impacta a economia local e o comerciante, o feirante, o dono do armazém, etc também se beneficiam. Cada R$ 1 gasto pelo beneficiário do Bolsa Família gera R$ 1,78 para o conjunto da economia. Por isso, o Bolsa Família tem impactos significativos nos pequenos municípios com menor IDH do país. Sem o benefício do reajuste do Bolsa Família, todos perderão”, afirmou Dilma.
A presidenta lembrou que o aumento do Bolsa Família contava com previsão de recursos reservados para esse fim, além da aprovação dp Congresso, e que o governo provisório, além de ter concedido aumento para diversas categorias do funcionalismo público, ampliou a previsão dos gastos, ampliou o teto de gastos e anistiou dívidas dos estados, o que aponta para contradições no discurso de contenção de despesas.
“Eles concederam aumento para várias categorias do funcionalismo, fizeram uma anistia para os estados, que segundo eles mesmos custará R$ 20 bilhões. Eles aumentaram vários outros gastos. Só não acharam dinheiro para dar o reajuste do Bolsa Família, cujo valor não passa de R$ 1,2 bilhão. Onde foi parar o dinheiro que tínhamos reservado para o reajuste do Bolsa Família? Só os mais pobres devem pagar o pato?”, questionou a presidenta.
Dilma também destacou que os valores pagos às famílias são “muito pequenos”, com valor médio de R$ 162, e lembrou os benefícios do programa que, segundo a presidenta, “garante que 17 milhões de crianças estejam frequentando a escola e 9 milhões de crianças e gestantes tenham acompanhamento de saúde semestral”. Se reconduzida à Presidência, Dilma prometeu como primeira medida voltar a pagar o benefício com o reajuste definido.