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Editorial

Sem luta não há direito

No editorial da Folha Metalúrgica, confira opinião sobre a situação do país e a necessidade urgente da união e luta dos trabalhadores, para que seja possível barrar os retrocessos do desgoverno Temer

Imprensa SMetal
Foguinho/Imprensa SMetal
Reajuste salarial não chega se não tiver mobilização, assim como uma ditadura não cai sem o povo ir à luta.

Reajuste salarial não chega se não tiver mobilização, assim como uma ditadura não cai sem o povo ir à luta.

Nunca antes foi tão preciso protestar e lutar para defender nossos direitos. Ficar no sofá como mero espectador não fará o país sair da crise, pelo contrário, não fazer nada significa referendar os atos desse desgoverno, que chegou ao poder via golpe.

Está em vigência um governo anti-democrático, que às pressas liberou a terceirização irrestrita – que comprovadamente causa mais acidentes no trabalho – que quer passar por cima da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e quer, a todo custo, acabar com a aposentadoria.

Não se vê mais manifestantes com camisetas verde-amarelas nas ruas, nem panelaços nas janelas. No entanto, o senador Aécio Neves (PSDB) foi “liberado” pela justiça do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF) e já retoma suas atividades (de defesa de Temer) no Senado.

Justo Aécio que foi denunciado por corrupção e obstrução da justiça, fora o envolvimento no caso do helicóptero com 500 quilos de pasta de cocaína. A irmã de Aécio foi presa, o primo do senador também. Eles foram citados nas delações premiadas de executivos da JBS.

Há provas disso tudo. Em uma gravação de Joesley Batista, da JBS, com Aécio Neves, o senador pede dinheiro para o executivo. Há também filmagens da Polícia Federal mostrando pagamentos realizados ao primo de Aécio.

Mas em um país que vive sob golpe, obviamente não existe espaço para a democracia. Portanto, não são provas que determinam o rumo das coisas e sim, os acordos políticos envolvendo alguns juízes, uma grande parcela da mídia e claro, eles, os políticos ilegítimos.

Numa ditadura a justiça fica de mãos atadas, é isso que vivemos no Brasil. Não há justiça social. Enquanto o desgoverno de Temer (PMDB) compra (com dinheiro do povo) deputados, senadores e mídia para aprovar as reformas que farão bem para os bolsos dos grandes capitalistas (que só querem saber da taxa real de juros), os trabalhadores pagam sendo mais explorados e com menos garantias de proteção a uma vida digna.

Você sabia que dívidas estratosféricas de Bradesco e Santander foram perdoadas por esse mesmo governo? Quem compra a ideia de que as reformas são precisas para conter gastos, que impossibilitam o Brasil de crescer?

Sem empregos, sem garantias sociais, sem direitos trabalhistas, você consegue visualizar o seu futuro, o da sua família e a do país em alguns poucos anos?

Então, precisamos arregaçar as mangas, nos juntar, ouvir as assembleias em portas de fábrica, ficar atentos contra os ataques diretos dessa elite, participarmos dos protestos, mandar e-mails para os deputados e senadores pressionando para que eles votem a favor do povo, contra as reformas.

Reajuste salarial não chega se não tiver mobilização, assim como uma ditadura não cai sem o povo ir à luta.

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