Sem chegar a um acordo nas rodadas de negociação da campanha salarial da categoria até agora mantidas, os motoristas do transporte coletivo de Sorocaba devem entrar em greve a partir da zero hora próxima sexta-feira, dia 29. Notificação com esse objetivo foi protocolada no final da tarde de ontem junto às empresas Consórcio Sorocaba (CS), Sorocaba Transportes Urbanos (STU) e também na Urbes.
A proposta será submetida à discussão e aprovação em duas assembleias já designadas para amanhã, às 10h e 18h, na sede do Sindicato, à rua Augusto Franco nº 159. Em cumprimento à legislação sobre serviços essenciais, o Sindicato garantiu que, durante a paralisação, manterá 30% da frota em circulação para atender à população. O canal de discussão entre patrões e empregados continua aberto e a expectativa é de que nova reunião ocorra nos próximos dias.
Consultada pela reportagem, a Prefeitura informou que acompanha as negociações entre trabalhadores e as empresas do setor e espera que as partes cheguem a uma solução negociada. Os trabalhadores pedem a reposição da inflação de 8,35% segundo o ICV/Dieese (Índice do Custo de Vida do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) mais aumento real de 6%, totalizando 14,35%; aumento no tíquete-refeição para R$ 19 (hoje está em R$ 17); aumento na participação nos lucros e resultados (PLR) para o valor de um piso salarial, concessão de cesta natalina; redução da jornada de trabalho e contratação de agentes de bordo, além da manutenção dos demais benefícios que já constam no acordo coletivo de trabalho como cesta básica, plano de saúde familiar, seguro de vida, e prêmio por tempo de serviço (PTS), entre outros.
A data-base da categoria é 1º de maio e, entre motoristas, agentes de bordo e funções de apoio, o Sindicato representa no transporte urbano de Sorocaba mais de mil e quinhentos trabalhadores. No ano passado, a paralisação foi descartada pelos condutores já que a proposta patronal de reajuste de 10,64%, dos quais 7,98% referentes ao índice da inflação e 2,66% de aumento real, foi aceita.
Com o acordo, o piso salarial dos motoristas passou de R$ 2,5 mil para R$ 2,8 mil. Os funcionários também conquistaram aumento no vale-refeição, que foi fixado em R$ 17. O Cruzeiro do Sul procurou ouvir as empresas que operam com o transporte coletivo na cidade e apurou, por meio de funcionários que pediram para não ter os nomes divulgados, que ambas foram notificadas. Nenhum representante delas, porém, foi encontrado para se manifestar.