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Editorial

Saúde é questão urgente e de prioridade

A palavra da diretoria dessa semana fala sobre o descaso na saúde em Sorocaba como a falta constantes de médicos nas UPH´s e UBS´s, o aumento nos casos de dengue e também da Leishmaniose

Imprensa SMetal
Arte: Lucas Delgado/Imprensa SMetal

O povo precisa fazer sua parte e não deixar acumular água, limpar o quintal, mas não basta cobrar da população se a prefeitura não faz a parte dela

Seis horas da manhã de domingo e a sala de espera da Unidade Pré-Hospitalar da Zona Norte de Sorocaba já tem pacientes à espera de atendimento. Às 11h, um funcionário da unidade comunica a todos – sala já lotada de cidadãos cansados de tanto esperar – que terão que esperar mais seis horas para passarem com médico.

Uma mulher desesperada grita que isso é um desrespeito e que não se pode tratar pessoas doentes desse jeito. Pacientes ameaçam ligar para a imprensa e ligam como um pedido de socorro. Alguém precisa ouvir e entender que com saúde não se brinca.

Esse relato não é um conto, é um fato que acontece nas unidades de saúde de Sorocaba. Nos jornais, as salas de esperas lotadas já viraram rotina e o povo continua precisando de ajuda para serem atendidos com respeito.

Uma mulher que desde às 6h aguardava um médico foi embora às 11h, para Piedade, onde a filha mora. Lá ela foi atendida rapidamente.

Não há explicações por parte da Prefeitura de Sorocaba sobre o descaso com a saúde pública municipal. Mesmo que houvesse alguma desculpa a única razão para isso é a falta de comprometimento e de responsabilidade com os cuidados com o ser humano.

Recentemente, o prefeito Antonio Carlos Pannunzio (PSDB) anunciou cortes de investimento na área…da saúde! Reduziu os horários de atendimento das Unidades Básicas (UBS´s). Fora isso, Sorocaba totaliza mais de 52 mil casos de dengue, sendo 1 caso a cada 12 habitantes, conforme noticiamos no nosso portal na internet.

Ainda tem o aumento de casos de Leishmaniose canina que é gravíssima e tem como consequência o sacrifício do animal e também pode atingir o ser humano. Doença séria que é transmissível pelo mosquito palha e exige força-tarefa do poder público municipal para limpar terrenos e não deixar acumular matéria orgânica.

O povo precisa fazer sua parte e não deixar acumular água, limpar o quintal, mas não basta cobrar da população se a prefeitura não faz a parte dela. No pico de casos da dengue evidenciou-se que a Vigilância Sanitária/Zoonoses precisa de mais funcionários. Uma contratação urgente que precisa ser feita.

As UPH´s e as UBS´s precisam de médicos, precisam abrir as portas e não fechá-las para os cidadãos. É preciso olhar para a saúde, prefeito! É preciso agir urgentemente. Converse com sua equipe e procure saídas para resolver esses problemas por uma questão humanitária.

O próprio superintendente do Hospital Santa Lucinda afirmou em reunião da Comissão da Saúde da Câmara Municipal que existe a capacidade de expandir os atendimentos médicos do Sistema Único de Saúde em pelo menos 25%. Para isso, a Prefeitura precisa pagar uma dívida que tem com o hospital de 2013/2014 de R$ 2,5 milhões.

Para onde está direcionado o olhar do prefeito? Onde está o planejamento? Política não se faz somente no gabinete, se faz principalmente conhecendo as demandas da população. A cidade não é uma empresa e o povo não pode ser tratado como simples números.

Fora do sexto andar do Paço há muitas vidas precisando de atenção. E neste exato momento, infelizmente, as salas de esperas ainda continuam lotadas. Até quando esperar?

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