A falta de infraestrutura e segurança em uma das principais vias de acesso à zona industrial de Sorocaba, a avenida Conde Zeppelin, foi alvo de denúncia apresentada pelo vereador metalúrgico Izidio de Brito (PT) na tarde de sexta-feira, dia 19, ao Ministério Público (MP) local.
Segundo o vereador, a falta de sinalização, redutores de velocidade e obras inacabadas vêm causando constantes acidentes, envolvendo especialmente trabalhadores no trajeto de ida ou volta das fábricas. “Já apresentamos emendas e requerimentos na Câmara, tivemos reuniões com várias secretarias colocando a situação de risco da via, mas não houve nenhuma ação da prefeitura para solucionar o problema”, explicou Izídio.
A representação pede que o Ministério Público investigue a denúncia e cobre da Prefeitura de Sorocaba, da Secretaria Estadual de Segurança Pública e da Concessionária de Rodovias do Oeste de São Paulo (Vioeste), órgãos responsáveis pela via, soluções para as possíveis irregularidades.
Na avenida Conde Zeppelin, continuação da Jerome Case, estão instaladas grandes empresas como CHN Case, ZF do Brasil e Tecsis, gerando tráfego intenso, especialmente com a entrada e saída dos trabalhadores.
Trabalhador em coma
O caso mais recente foi do metalúrgico Dorival Lima, 32 anos, que sofreu um acidente de moto no dia 16 de setembro de 2015, a 800 metros da CNH Case, onde trabalha há mais de três anos. O trabalhador sofreu traumatismo craniano e lesão na coluna e encontra-se em estado de coma.
A esposa de Dorival, Carla Michele Soares Vieira Lima, os membros do Comitê Sindical de Empresa (CSE), Paulo Cesar Sola Garcia e Luiz Otávio Ferreira, e o diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e região (SMetal), Joel Américo de Oliveira, acompanharam o protocolo.
Problemas no convênio
O quadro de saúde do metalúrgico da Case vem gerando um impasse entre a família, empresa e o convênio de Saúde Unimed. Segundo Carla, nos últimos dias, o hospital sinalizou a intenção de dar alta médica a Dorival, que encontra-se em coma desde o acidente, mas não pretende manter o tratamento ‘home care’.
“Nós queremos levá-lo para casa, mas não tenho estrutura”, afirmou. “Ele precisa de todo o aparato. Ele usa track, gastro, sonda, então nós precisamos ter alguém especializado para auxiliar no tratamento”, contou Carla.
Ela explicou que já entrou com ação judicial pedindo um tempo antes da alta para arrumar a casa para poder alocá-lo com segurança.
O diretor executivo do SMetal, Joel Américo, afirmou que a empresa, por sua vez, alega que o convênio firmado entre a Unimed e a CNH Case, do Grupo Fiat, não contempla o tratamento home care.
“SMetal, no entanto, inclusive o jurídico da entidade, está à disposição da família e acompanhando o caso de perto”, conclui o dirigente