Sorocaba atingiu 100% de ocupação das vagas em UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) para pacientes da Covid-19 (coronavírus) na rede pública de saúde. A informação é da reportagem exibida na TV Tem, nesta segunda-feira, 22.
A cidade tem um total de 70 leitos de UTI, sendo 10 no Conjunto Hospitalar, 30 na Santa casa e outros 30 no novo Hospital Regional de Sorocaba “Dr. Adib Domingos Jatene”. Além da ocupação total na rede pública, três pessoas precisam de internação na Unidade de Tratamento Intensivo e aguardam por vaga.
Em entrevista para o jornalismo da TV Tem, o coordenador do Comitê de Combate ao Coronavírus, o médico Fernando Brum, explicou que os pacientes que esperam pelas vagas estão sendo tratados na UPH da zona leste.
Ainda segundo a reportagem, a Prefeitura de Sorocaba trabalha com a possibilidade de transferir essas pessoas para o Hospital Evangélico, mas precisa resolver procedimentos burocráticos antes. Ele também informou que 10 leitos de UTI devem ser disponibilizados na Santa Casa nos próximos dia.
Casos cresceram com reabertura do comércio
Desde que a prefeita Jaqueline Coutinho decidiu flexibilizar a quarentena e permitir a reabertura do comércio, os casos da Covid-19 aumentara 131% na cidade. A informações está num levantamento feito pelo Jornal Cruzeiro do Sul.
O estudo aponta que em 1º de junho, quando começou a reabertura, 995 casos estavam confirmados. 18 dias depois, o número saltou para 2.303. A mortes também cresceram, passando 46 para 88 óbitos, o que representa uma alta de 91%. E por fim, no mesmo período, a reportagem do Cruzeiro do Sul revela que a internações aumentaram em 50%.
O diretor licenciado do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), Izídio de Brito, descreve a situação como uma tragédia anunciada. “Todos os especialistas em saúde alertaram que não era o momento para reabertura, ainda mais sem planejamento. Os casos da doença só estão aumentando no Brasil e não é diferente na nossa cidade e região. O resultado não tinha com ser outro: o colapso do sistema de saúde em Sorocaba”.
Izídio lembra que a irresponsabilidade da prefeitura vai custar muitas vidas. “É inacreditável que tenhamos que falar todos os dias que estamos lidando com vidas. Pessoas estão morrendo diariamente com essa doença e não podemos nos dar ao luxo de sermos negligentes. É responsabilidade do poder público controlar a situação para evitar que essa tragédia só aumente”.
Para Izidio, o poder público precisa dar respaldo também financeiros para quem precisa. “O governo federal queria dar míseros R$ 200 para as pessoas. A oposição conseguiu garantir que fossem R$ 600 ou até R$ 1.200, dependendo o caso. Mas a crise não acabou e as pessoas precisam comer. E quem tem fome, tem pressa. Portanto, cabe ao governo garantir que as pessoas tenham condições de passar por essa crise com segurança, sem correr o risco de morrer ao sair para tentar ganhar o pão de cada dia”.