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Reabilitação de homens agressores

Centro de reabilitação para homens autores da violência contra mulheres existe desde 2015 em Sorocaba

Imprensa SMetal
Reprodução
Apesar de pouco conhecido, em Sorocaba Centros Especializados de Reabilitação do Autor da Violência funciona desde 2015 e já atendeu mais de 500 homens.

Apesar de pouco conhecido, em Sorocaba Centros Especializados de Reabilitação do Autor da Violência funciona desde 2015 e já atendeu mais de 500 homens.

Criada em 2006, a Lei Maria da Penha trouxe mecanismos de proteção às mulheres e maior visibilidade a questões de violência doméstica e familiar. Entre esses mecanismos estão os Centros Especializados de Reabilitação do Autor da Violência (CERAV).

Apesar de pouco conhecido, em Sorocaba o serviço funciona desde 2015 e já atendeu mais de 500 homens.

Tatiana Festa, assistente social do CERAV, explica que o programa teve início no Centro de Integração da Mulher (CIM-Mulher), que há 20 anos realiza um trabalho de atendimento a mulheres vítimas de agressão.

Ela conta que, no começo, houve certa resistência ao serviço, “mas o que estamos fazendo é um trabalho de proteção à mulher, porque quando o homem está ‘educado’, consciente, ele não fará isso de novo”.

Reeducação

O atendimento tem duas fases. A primeira é preventiva, quando o homem entra no programa espontaneamente, logo após a denúncia de agressão, antes de passar por julgamento.

Outra fase ou situação é quando, após julgado e condenado, a sentença indica que o agressor seja reeducado e ele então

Arte: Cássio Freire

é encaminhado ao CERAV.

Tratamento

O primeiro passo do tratamento, segundo Tatiana, é conhecer a sua história e fazê-lo refletir. “Em 90% dos casos existe uma repetição de comportamentos de vivências de algum momento da vida, mas eles não notam isso”, conta.

“Depois eles têm o sentimento de injustiça e revolta, porque estão ali a partir de uma medida protetiva e afastados de casa. Mas quando começamos a mostrar onde estão as injustiças, eles passam a entender o que é violência”, comenta. Em 2016, segundo Tatiana, houve apenas 2% de reincidência após o tratamento.

Vagner Santos/Imprensa SMetal
Segundo Tatiana, com o CERAV foi possível perceber que não há apenas o agressor “comum”, ou “clichê

Segundo Tatiana, com o CERAV foi possível perceber que não há apenas o agressor “comum”, ou “clichê

Desconfie de clichês

Segundo Tatiana, com o CERAV foi possível perceber que não há apenas o agressor “comum”, ou “clichê”: de baixa renda, pouca escolaridade e com problemas ligados a alcoolismo ou drogas. “Nós verificamos que há agressores de todas as camadas sociais, profissões e níveis de escolaridade”.

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