Vem ganhando corpo na sociedade, felizmente, a discussão sobre a importância da valorização e universalização do Sistema Único de Saúde, o SUS; serviço criado em um passado bem recente do Brasil, mas já pouco debatido, embora bastante criticado.
Subestimar o SUS é um risco catastrófico para o país e para os brasileiros de maneira geral, inclusive aquelas que acreditam que não precisam nem nunca vão precisar da saúde pública.
Em um novo Brasil, de oferta crescente de empregos, onde as empresas mais sólidas contratam convênios médicos para atender seus funcionários, é compreensível que a saúde pública saia um pouco do foco das atenções das categorias profissionais mais organizadas, como a dos metalúrgicos. Mas a continuidade dessa desatenção é uma desgraça que devemos evitar.
Criado pela Constituição de 1988 e implantado em 1990, o SUS garante verbas para centros e postos de saúde, hospitais (incluindo os universitários), laboratórios, bancos de sangue e também importantes institutos de pesquisa e fundações da área de saúde, como a Fundação Oswaldo Cruz e o Instituto Vital Brazil.
Portanto, sempre que uma pessoa precisa de reposição ou transfusão de sangue, precisa do SUS. Boa parte dos avanços na medicina brasileira vem de instituições financiadas com verbas do Sistema Único de Saúde.
Além disso, quando o trabalhador conveniado a planos de saúde de empresas perde o emprego ou se aposenta, muitas vezes depende de atendimentos pelo SUS para si mesmo e para seus familiares.
Isso porque o Sistema Único de Saúde garante a todos os cidadãos o direito a consultas, exames, internações e tratamentos nas Unidades de Saúde vinculadas ao SUS da esfera municipal, estadual e federal. Esse atendimento pode até ser em estabelecimentos particulares, dependendo de convênios estabelecidos pelo governo de cada cidade e cada estado.
Cabem ao SUS, também, a vigilância epidemiológica e as campanhas preventivas, além do controle da qualidade de remédios, de exames e a adequação de higiene em instalações que atendem ao público, onde atua a Vigilância Sanitária.
Caso Sorocaba tivesse um Hospital Municipal – pelo qual os movimentos sociais estão lutando – o serviço receberia recursos do SUS.
Portanto, engana-se quem imagina não depender do SUS. Trata-se de um sistema relativamente novo, que precisa ser defendido para ser aprimorado.