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Quase 70% dos trabalhadores informais preferem ter vínculo empregatício

Entre os trabalhadores que gostariam de se vincular à uma empresa os principais motivos apontados foram o desejo de ter rendimentos fixos (33,1%) e o acesso a benefícios assegurados pela CLT (31,4%)

Imprensa SMetal com informações FGV e Portal CUT
Rovena Rosa/Agência Brasil
Por conta da taxa de desemprego, brasileiros recorrem a subempregos em aplicativos e outras ocupações do gênero

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Dados da Sondagem do Mercado de Trabalho, pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vagas (Ibre-FGV), mostram que os trabalhadores informais, em sua maioria, gostariam de mudar sua ocupação para uma que fosse ligada a uma empresa pública ou privada. Para 69,6% dos entrevistados um trabalho com registro em carteira seria melhor do que a informalidade.

Entre os trabalhadores que gostariam de se vincular à uma empresa os principais motivos apontados foram o desejo de ter rendimentos fixos (33,1%) e o acesso a benefícios (31,4%) assegurados pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e, paralelamente, defendidos pelo movimento sindical.

“Nós sabemos que o povo brasileiro hoje recorre a informalidade porque as oportunidades são escassas. Porém, como sindicato, o queremos que todo cidadão deste país tenha direito a férias remunerada, convênio médico, piso salarial, entre outras garantias. É por isso que dados como esses só reforçam que é preciso lutar para mudar”, comenta o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), Leandro Soares.

O líder sindical lembra que a Reforma Trabalhista de 2017, aprovada pelo ex-presidente Michel Temer, tinha como promessa a criação de empregos a partir da execução da medida. “O que observamos, no entanto, foi a retirada de direitos trabalhistas e desligamentos de funcionários”, lamenta.

Na pesquisa, os trabalhadores também responderam sobre o período em que elas conseguiriam se sustentar caso perdessem o principal emprego ou fonte de renda. Ao menos 66,5% dos trabalhadores informais apontam que não conseguiriam sobreviver por mais de 3 meses caso perdessem a ocupação atual.

Atuação sindical

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) recorda que o movimento sindical registrou diversas negociações com as empresas e gerou algumas conquistas para as categorias como: vale alimentação, vale refeição, plano de saúde; plano odontológico, auxílio creche e Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e vale transporte.

Na avaliação dos dirigentes da entidade, esse tipo de ação tem peso fundamental para preferência dos trabalhadores pelo contrato formal de trabalho. “Ao longo da história, não há nenhuma cláusula que não fosse conquista dos sindicatos nas negociações coletivas. Todos esses mecanismos deixam de existir quando você tira o trabalhador da condição de ter essas cláusulas, ou seja, quando não há mais a relação formal de trabalho”, diz Ariovaldo de Camargo, secretário de Administração e Finanças da CUT.

Outros dados

Do outro lado, 14,3% dos trabalhadores por conta própria entrevistados querem continuar informais porque têm flexibilidade de horários.

Apenas 11,9% acreditam que conseguem rendimento maior sendo informal. A pesquisa mostra ainda que 87,7% dos trabalhadores “sem registro” afirmam que gostariam de ter uma ocupação mais formalizada seja um contrasto via CLT ou mesmo ser prestador de serviço MEI.

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