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Prorrogado acordo que mantém nível de emprego na CNH Case

Os metalúrgicos da CNH Case, em Sorocaba, aprovaram em assembleia na tarde desta quinta, dia 28, um acordo que prorroga os mecanismos de manutenção do nível de emprego na fábrica

Imprensa SMetal
Foguinho/Imprensa SMetal

Assembleia que aprovou a proposta foi realizada nesta quinta-feira, no horário de encontro de turnos, às 16h30

Os metalúrgicos da CNH Case, fabricante de máquinas instalada em Sorocaba, aprovaram em assembleia na tarde desta quinta-feira, dia 28, uma proposta de acordo que prorroga os mecanismos de manutenção do nível de emprego implantados em fevereiro do ano passado. A proposta foi negociada pelo sindicato da categoria (Smetal).

O acordo prevê redução de dias trabalhados no ano sem redução de salários, além de banco de horas e possibilidade de lay-off (suspensão de contrato) para parte dos funcionários.

Mesmo com as condições ruins da economia, o acordo garante também o pagamento de participação nos resultados (PPR) em 2016 aos cerca de 1.300 trabalhadores da fábrica, inclusive para aqueles que entrarem em regime de lay-off.

A empresa afirmou ao Sindicato que tem hoje um excedente de 250 funcionários que, sem os acordos de 2015 e 2016, poderiam ser demitidos. Com o acordo, porém, a fábrica assume o compromisso de manter o atual nível de emprego.

O acordo abrange tanto a unidade de manufatura (produção) como o centro de distribuição (CD) da empresa em Sorocaba.

“Os trabalhadores aprovaram a proposta com muita convicção, pois além de evitar demissões, eles conquistaram avanços no PPR em um período bastante adverso em termos de produção e venda de máquinas agrícolas, que é o principal produto da CNH Case em Sorocaba”, explica Sílvio Ferreira, diretor executivo do Smetal.

Redução de horas
O acordo de 2015 previu a redução de 39 dias de trabalho no ano, sem redução de salários. A prorrogação deste ano, prevê a redução de 45 de trabalho. Porém, 39 dias já foram utilizados no final de 2015, restando 6 dias de redução que podem ser utilizados pela empresa até dezembro deste ano.

O dia de folga deverá ser comunicado ao funcionários com 3 dias de antecedência e será preferencialmente segunda-feira, sexta-feira ou algum dia ponte com feriado (feriado prolongado).

O trabalhador deverá compensar os dias parados por meio de um banco de horas ou nos meses de 31 dias.

A compensação pode acontecer na forma de prorrogação de jornada de trabalho diária ou aos sábados, respeitando o limite legal de jornada de trabalho diária e os sábados alternados.

O pagamento será efetuado no valor da hora normal de trabalho, sem horas-extras.

A vigência desse acordo é de fevereiro de 2016 até 31 de janeiro de 2018.

Participação nos resultados
O PPR na CNH Case de Sorocaba este ano será ligeiramente superior ao de 2015. O Sindicato, no entanto, não divulga os valores da participação para não influenciar negociações em andamento em outras fábricas sobre o mesmo tema.

“Mas inclusive os trabalhadores que vierem a entra no lay-off vão receber o PPR cheio, sem desconto dos dias parados. A antecipação do PPR também está garantida para maio, em dia a ser combinado. Conseguir esses avanços em um ano de crise, sem dúvida foi uma vitória”, afirma Sílvio Ferreira.

O dirigente sindical também explica que houve conquista inclusive no pagamento da segunda parcela do PPR de 2015 para os funcionários da manufatura, que vão receber o benefício nos próximos dias. “A empresa alegou que as metas não foram atingidas nesse setor e queria pagar R$ 500 de segunda parcela. Mas nossas negociações garantiram que esse valor fosse elevado para R$ 1.400 para cada trabalhador”, comemora.

Banco de horas
A proposta aprovada de flexibilização da jornada (banco de horas) vale para trabalhadores horistas e mensalistas. O limite máximo do “banco” será de 45 horas por mês. As horas que vierem a ultrapassar o limite serão pagar com 50% de acréscimo. As horas negativas acima de 45 horas serão descontadas.

A compensação de horas paradas será na proporção “hora por hora” ou 1/1. O 31º dia de meses com 31 dias será utilizado como crédito de horas.

Suspensão de contrato
Pelo acordo, a empresa poderá utilizar a suspensão de contrato de trabalho (lay-off), quando necessário, por um período de no mínimo dois meses e no máximo cinco meses este ano.

Quem aceitar entrar para o regime de lay-off vai fazer um curso gratuito de qualificação profissional. A remuneração será equivalente a 100% do salário líquido do trabalhador.

Parte do salário do trabalhador em lay-off será paga por uma bolsa do governo federal. A parcela que faltar para completar 100% do salário líquido será complementada pela fábrica.

“É muito raro conseguir a garantia de 100% do salário em casos de lay-off. Mas com o apoio dos trabalhadores, as negociações tiveram esse resultado positivo”, avalia Sílvio, que além de dirigente do Smetal é também secretário de juventude da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM).

O acordo prevê ainda que, cada grupo de trabalhadores selecionados para o lay-off, terá a garantia de ser orientado pelo departamento jurídico do Smetal.

A assembleia sindical que aprovou a proposta de acordo foi realizada às 16h30 desta quinta-feira, em frente à fábrica, no encontro de turnos.

Prorrogado acordo que mantém nível de emprego na CNH Case

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