Professores estaduais de São Paulo estão em greve desde a terça-feira, dia 28, para protestar contra a Reforma da Previdência e também pelo reajuste salarial da categoria. Em Sorocaba, os profissionais da educação realizaram uma manifestação no centro de Sorocaba na manhã desta quarta-feira, dia 29.
De acordo estimativa da Apeoesp subsede de Sorocaba, algo em torno de 10% da rede na cidade e na região aderiram à greve. A conselheira estadual da Apeoesp, Cecília Helena Migliari Augusto, aponta que em Salto e Piedade a adesão chega aos 90%. A expectativa de entidade é que esse número cresça ao longo da semana, especialmente na sexta-feira, dia 31, quando haverá manifestação e assembleia na capital.
Cecília explica que os professores não têm reajuste há quase três anos. “Desde 2014, o Governo Estadual não reajusta os salários dos docentes. Teríamos que ter um reajuste de pelo menos 22%”.
Além disso, ela esclarece que a rede defende a aplicação da Meta 17 do Plano Estadual de Educação. “Essa meta diz que os salários dos professores devem ser equiparados com outros funcionários com a mesma formação”.
“É preciso lutar para preservarmos nosso direito à aposentadoria e, também, para recuperarmos parte do poder de compra de nossos salários, para que possamos buscar a valorização da nossa profissão e a melhoria da escola pública estadual”, disse, em nota, a presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Azevedo Noronha.
Ameaças
Na terça-feira, dia 28, a secretaria de Educação do Estado de São Paulo enviou um documento para toda rede de ensino, no qual diz que não há mais justificativa para paralisação, uma vez que o governo federal tirou os servidores estaduais da Reforma da Previdência.
O texto também ameaça os professores que aderiram a greve apontando que as faltas não justificadas vão comprometer a efetivação dos professores em estágio probatório e lembra que haverá chamada, ainda no primeiro semestre de 2017, dos aprovados no concurso de PEB II. O comunicado também aponta para o pagamento do bônus por mérito, que deve acontecer em abril.
A pasta finaliza afirmando que “deixar aluno sem escola em nada auxiliará a recuperação da autoestima brasileira, fator essencial para a retomada do desenvolvimento brasileiro”.
Para Cecília, a postura do governo não é novidade. “É uma tentativa de esvaziar a greve. Tudo que o governo Alckmin puder fazer para que o nosso movimento não tenha força, ele vai fazer. Mas nós seguimos firmes”.