Nas primeiras horas desta segunda-feira, dia 22, primeiro dia de greve dos professores da rede pública estadual de São Paulo, 25% da categoria aderiram à paralisação das atividades em sala de aula, de acordo com a presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Noronha. Segundo a dirigente, a expectativa é que até sexta-feira (26), quando o movimento faz nova assembleia, a adesão chegue à 85%.
“Vamos fazer o máximo para ter uma greve fortalecida, esperamos isto”, disse. O programado para esta segunda-feira é a ida dos professores até as escolas para conversarem com alunos e pais e explicarem os motivos da greve. Nesta semana, será feito um trabalho de convencimento e conscientização com os docentes que ainda não aderiram à greve. Até às 10h de hoje não havia nenhuma sinalização do governo do estado para negociação, de acordo com Maria Izabel.
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Os professores pedem aumento salarial, com recomposição do reajuste definido em 2011, de 10,2%, mas do qual teriam sido pagos 5,2%. A categoria quer que o governo aplique a jornada prevista na Lei do Piso Nacional, com um terço do tempo para formação e preparação de aulas. E que sejam estendidos os direitos da categoria F, como acesso ao Hospital do Servidor Público Estadual, ao docentes de categoria O. Os professores iniciaram a campanha salarial com assembleia na Praça da Sé, em 15 de março.
Na última quarta-feira , dia 17, Alckmin mandou para a Assembleia Legislativa proposta de reajuste de 8,1% para 415 mil funcionários, entre ativos e aposentados. Outro projeto cria 818 novos postos para analistas administrativo e de tecnologia na rede de ensino do estado. Alckmin afirmou, no site do governo, que está “estabelecendo 45,1% (de aumento) acumulado, sendo mais de 13% em 2011 e em 2012 mais de 10%, agora vai dar 8,1%. Estamos procurando repor a inflação e dar ganho real, e estabelecemos um valor maior para os dirigentes”.
A Apeoesp considera a proposta insuficiente, pois não cobriria as perdas e baixos salários. Além disso, descumpriria o artigo 5º da Lei Complementar 1.143/2011, que obriga o governo estadual a convocar as entidades do magistério para negociar a revisão da política salarial, anualmente. Esse dispositivo foi conquistado pela Apeoesp durante a tramitação da lei na Assembleia.
Na sexta, dia 26, haverá concentração em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), para decidir os rumos do movimento.