Busca
Educação

Professores em todo o país realizam ato em defesa do ensino e contra repressão

As mobilizações são em defesa dos investimentos previstos pela legislação para a educação e o Piso Nacional do Magistério. Em Sorocaba, estudantes e professores da UFSCar promovem ato às 20h30

Imprensa SMetal com informações de Isaías Dalle - CUT Nacional
Joka Madruga- APP Sindicato

No dia 20 de abril, forças policiais jogaram bombas e carros blindados sobre os professores

Os educadores públicos de todo o Brasil farão atos políticos e mobilizações nesta terça-feira, dia 5 de maio, para dizer a governadores e prefeitos que é preciso cumprir o Piso Nacional do Magistério e manter os investimentos previstos pela legislação para fortalecer o ensino público.

Será um dia também para apoiar a greve dos professores do Paraná e mais uma vez denunciar e condenar a repressão policial que o governo tucano de Beto Richa dirigiu aos educadores do estado no último dia 29.

A orientação geral da CNTE-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) é que os profissionais da rede pública vistam preto amanhã e, aqueles que puderem, realizem manifestações diante das assembleias legislativas e das câmaras municipais.

O presidente nacional da CUT Vagner Freitas participará das mobilizações em Curitiba, palco do ataque contra os professores ocorrido na semana passada.

Há vários pontos em comum na agenda e na pauta de reivindicações dos professores, professoras e trabalhadores de escolas em todo o território nacional. Um deles é a exigência de que se pague o Piso Nacional de Magistério para todos, como determina a lei. Para tanto, é necessário respeitar e conceder o reajuste de 13,01% previstos para os pisos salariais neste ano.

Governadores e prefeitos têm alegado que a necessidade de cortar custos e promover ajustes nas contas do poder executivo impede a concessão dos aumentos salariais. Para a secretária-geral da CTE, Marta Vanelli, essa justificativa não se sustenta diante dos fatos.

Bons exemplos

Ela lembra que estados mais pobres, como Piauí, Maranhão, Acre, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso já cumpriram seu dever e estão pagando o reajuste de 13,01% referente à atualização do Piso Nacional do Magistério calculado para este ano. “Enquanto isso, o estado mais rico do País, que é São Paulo, diz não haver condições de fazer sua parte?”, questiona Marta.

Ela é professora em Santa Catarina, onde também há greve faz 45 dias por, entre outras reivindicações, o reajuste do Piso. “A recusa dos governadores em nos atender, em dialogar, não se explica por questões monetárias. É uma atitude política”, completa.

Ela crê que o Conselho dos Secretários Estaduais de Ensino (Consed) deveria cumprir o papel de negociação em nível nacional. Mas o problema, segundo Marta, é que o presidente do Conselho, Eduardo Deschamps, é o mesmo secretário de Santa Catarina que afirma não negociar com categorias em greve. “Ele leva essa postura como tendência para o Conselho”, comenta.

Clima de comoção

Na capital paranaense, haverá caminhada e ato político a partir das 9h, no Centro Cívico, praça que reúne as sedes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Às 14h30, os professores realizam assembleia estadual para definir se mantêm ou não a greve. Marta aposta num ato bastante grande, em virtude da escalada de organização que o APP-Sindicato demonstra desde o início do ano e do clima de comoção que tomou conta da cidade e do estado.

Nesta segunda, 4 de maio, até mesmo o secretário de Segurança de Beto Richa, Fernando Franchischini, disse que “nada justifica” o que aconteceu no último dia 29.

Em Sorocaba

Professores, alunos e técnicos administrativos do Campus local da UFSCar também realizarão um ato nesta terça-feira, dia 5, às 20h30, na própria universidade, para repudiar a violência praticada contra os professores e funcionários da rede estadual de educação do Paraná, A UFSCar- Campus Sorocaba fica na Rodovia João Leme dos Santos, (SP-264), Km 110, s/n – Itinga, Sorocaba – SP, 18052-780.

Em São Paulo

Para a presidenta da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo), Maria Izabel Noronha, a Bebel, o modo de operação dos governos paulista e paranaense é o mesmo.

“Em comum há a truculência. Quando não usam a violência explícita, como foi no Paraná, usam a implícita, atos burocráticos, proibitivos para que não possamos nos manifestar, judicializando a greve e determinando que paguemos multa em caso de bloqueios de rodovia para chamar a atenção da sociedade”, disse.

De acordo com a dirigente, 52% dos professores paulistas estão de braços cruzados, o equivalente a 132 mil trabalhadores.

“Enquanto o governador Alckmin diz que a greve não existe, aumentamos a resistência. Nós ficaremos em greve até que governo apresente uma proposta”, defendeu.

tags
beto richa CNT Curitiba cut Educação Fernando Franchischini geraldo Alckmin paraná professores PSDB Sorocaba ufscar vagner freitas
VEJA
TAMBÉM