A chamada quarta onda da Covid-19 pode provocar a falta de insumos necessários para a produção na indústria. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou em janeiro uma pesquisa na qual mostra que, pelo sexto semestre consecutivo, a falta ou alto custo das matérias-primas continuam a principal preocupação das empresas.
Segundo o levantamento, 60,6% dos industriais apontam essa situação como a mais preocupante para este ano. No total, a pesquisa da CNI ouviu 7.837 empresas, sendo 769 pequeno porte, 634 médio porte e 434 de grande porte, entre 3 e 14 de janeiro de 2022.
A situação não é novidade frente aos desafios que a pandemia trouxe para o mercado. Em 2021, faltou insumos para a produção em Sorocaba e as empresas afetadas tiveram que interromper a produção.
O economista Fernando Lima, da subseção Sorocaba do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do SMetal lembra que, no início da crise sanitária, houve uma parada brusca na produção em níveis globais, assim como a retomada dos trabalhos. “Esse fenômeno provocou problemas de desabastecimento de matéria-prima, pois não foi possível atender a todos ao mesmo tempo”.
Ele aponta que o problema maior é que o tempo está passando e a situação do fornecimento de itens essenciais para alguns setores continuam com problemas, como, por exemplo, os semicondutores para a indústria automotiva. “Algumas discussões sobre o desenvolvimento de fornecedores locais e gestão do negócio deveriam estar na pauta como lição a ser aprendida da crise provocada pela pandemia”.
Sindicato negociou acordos
Diante do cenário, o Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) negociou acordos para a parada dos trabalhos, conforme explica o secretário-geral da entidade, Silvio Ferreira. “Esse cenário afeta a todos nós. Por isso, sempre que necessário, entendemos a situação das empresas e construímos negociações que desse tempo para o problema ser sanado e, também, de forma que não prejudicasse os trabalhadores”.
Leandro Soares, presidente do SMetal, destaca a importância do diálogo. “Defender os direitos da categoria é nosso principal compromisso e isso só pode ser feito se estivermos prontos para o diálogo. Contamos com dirigentes preparados e assessoria técnica para garantir que o melhor acordo diante da situação seja realizado, reforçando o papel do Sindicato em prol dos trabalhadores”.