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Prefeitura, Câmara e Sindicato se unem para manter Gerdau em Sorocaba

Em reunião com a direção da Gerdau na manhã desta terça-feira, dia 26, representantes da Prefeitura, da Câmara Municipal e do SMetal pediram que a empresa reconsidere sua decisão de encerrar atividade

Imprensa SMetal
Foguinho/Imprensa SMetal
A reunião com a direção da Gerdau foi realizada na sede do Sindicato dos Metalúrgicos

A reunião com a direção da Gerdau foi realizada na sede do Sindicato dos Metalúrgicos

Em reunião com a direção da Gerdau na manhã desta terça-feira, dia 26, representantes da Prefeitura de Sorocaba, da Câmara Municipal e do Sindicato dos Metalúrgicos (SMetal) pediram que a empresa reconsidere sua decisão de encerrar as atividades na cidade. A reunião aconteceu na sede do SMetal.

O secretário municipal de Desenvolvimento, Geraldo Almeida, colocou a Prefeitura à disposição da Gerdau para procurar um novo local para a fábrica, que hoje funciona próxima à região central. Já o presidente da Câmara, Cláudio do Sorocaba I (PR), afirmou que o legislativo poderá votar com urgência projetos do Paço que representem a manutenção dos empregos. O presidente do SMetal, Ademilson Terto da Silva, prontificou-se a colaborar com esses projetos e incentivar a qualificação profissional.

O gerente de relações de trabalho da Gerdau, Carlos Panzera, afirmou que vai levar o pedido das instituições sorocabanas à direção nacional da empresa. Além de Panzera, representaram a fábrica Rodrigo Oliveira, chefe de recursos humanos; e Odenir Augusto Oliveira, consultor de relações do trabalho.

O secretário Geraldo lembrou aos dirigentes da empresa que, além da importância dos 160 empregos da fábrica, a siderúrgica tem uma relação histórica com a cidade e que seria muito ruim perder esse vínculo. “A origem do empreendimento vem de uma fábrica de enxadas, da metalúrgica Nossa Senhora Aparecida. A cidade tem amor pela fábrica. Ela nos lembra quem nós somos, a nossa identidade”, afirmou.

Região Metropolitana

O representante da Prefeitura também afirmou aos empresários que as perspectivas de retorno de investimentos locais devem a aumentar agora que Sorocaba é sede de uma região metropolitana. “Temos várias fábricas interessadas em se instalar em Sorocaba, inclusive duas montadoras que podem ser potenciais clientes da Gerdau. Além disso, 33% do PIB industrial do estado está aqui”, defendeu Almeida.

Entre as possibilidades de incentivo à permanência da fábrica Almeida citou a busca por um novo local para a produção, a orientação na busca de investimentos em bancos públicos para modernização da fábrica e a ajuda na qualificação da mão de obra.

Por fim, o secretário questionou os dirigentes da Gerdau: “Tem luz no fim do túnel para a empresa fica aqui?”

Carlos Panzera respondeu pela empresa e disse que vai encaminhar os resultados da reunião com o poder público e com o Sindicato à direção nacional do Grupo Gerdau. Ele admitiu que a localização da fábrica hoje é um problema, por ser cercada de residências, e que o maquinário da unidade local é antiquado.

Panzera também afirmou que há uma retração no mercado de aços especiais e que outras unidades do Grupo devem absorver a produção hoje realizada em Sorocaba. Porém, ele reafirmou que vai apresentar à direção do Grupo a disposição do Sindicato e do poder público em negociar a permanência da empresa na cidade.

Legislativo à disposição

O presidente da Câmara, Cláudio do Sorocaba 1, concordou que a cidade cresceu no entorno da fábrica, mas que esse problema pode ser solucionado se houver disposição por parte da empresa. Ele colocou o legislativo de Sorocaba à disposição para votar em regime de urgência propostas que venham a garantir a permanência dos empregos da Gerdau em Sorocaba e que “sejam de interesse dos trabalhadores”.

O vereador Izídio de Brito (PT), também presente à reunião, reforçou o pedido para que a empresa trate com atenção essa união de instituições locais na luta pela permanência da empresa. “Hoje há uma sinergia entre a Prefeitura, a Câmara e o Sindicato na defesa dos empregos. Agora esperamos boa vontade por parte da Gerdau”, afirmou o petista.

Sindicato quer dialogar

Ademilson Terto, que articulou a reunião desta terça-feira, também ressaltou o aspecto positivo dessa união entre as instituições e afirmou que o SMetal está aberto ao diálogo para propostas que representem a manutenção da produção e dos empregos na cidade.

Terto também destacou a contribuição que o Sindicato pode oferecer na formação e qualificação da empresa em caso de um processo de modernização do processo produtivo local na Gerdau.

O Sindicato vai procurar a empresa novamente nos próximos dias para ter uma resposta sobre o pedido feito pelas instituições sorocabanas à direção do Grupo.

Também participaram da reunião Pedro Gimenes, assessor técnico da prefeitura; Clodoaldo Lisboa, dirigente sindical e funcionário da Gerdau; e Gleydson Silva, também funcionário da Gerdau em Sorocaba.


VEJA ABAIXO HISTÓRICO DA SIDERÚRGICA EM SOROCABA

A trajetória da siderúrgica que hoje leva o nome da Gerdau – e à qual ela quer levar embora da cidade – faz parte do patrimônio histórico da industrialização de Sorocaba. Confira.

Em abril de 1917 Luiz Pinto Thomaz funda uma pequena fábrica de enxadas na Rua XV de Novembro, centro de Sorocaba. Em pouco tempo as enxadas Zap, da metalúrgica Nossa Senhora Aparecida, em Sorocaba, tornaram-se famosas em várias regiões do estado.

Com o sucesso das enxadas, no início da década de 1940, a empresa adquiriu uma área de 240 mil metros quadrados, então distante do centro da cidade, para instalar a nova fábrica de ferramentas agrícolas.

Poucos anos depois, a Nossa Senhora Aparecida instalou seu primeiro forno de produzir aço e dois trens laminadores. A partir daí, a fábrica passou a ser uma das grandes empregadoras da cidade.

Em 1974, com a inauguração do 4º forno de produzir aço, do 4º trem laminador e do conjunto de fornos para tratamento térmico, a fábrica passou a se chamar Siderúrgica Nossa Senhora Aparecida. Tornou-se então o emprego dos sonhos de milhares de sorocabanos e moradores da região.

A expansão da siderúrgica em Sorocaba, aliada a uma campanha municipal pela industrialização da cidade, atraiu muitas metalúrgica para a cidade e para a região na década de 1970.

Na década de 1980 a siderúrgica continuou crescendo e adquirindo novos equipamentos, tornando uma referência em aços especiais em todo o País.

Em junho de 1988 o Grupo Villares comprou o controle acionário da Nossa Senhora Aparecida, que passou a se chamar Aços Ipanema Villares. Logo depois, simplesmente Aços Villares SA.

Em 1994, já sob forte pressão imobiliária, a Villares transferiu o setor de Aciaria para a unidade de Sumaré. A partir daí, a fábrica local começou a perder sua condição de uma das maiores empregadoras da cidade; embora continuasse reconhecida como muito importante para a economia local.

Em agosto de 2000 a Villares foi adquirida pelo grupo espanhol Sidenor. Em 2003 a Sidenor/Villares transferiu as atividades do Trem Desbastador nº 5 de Sorocaba para Sumaré.

Em março de 2004 o grupo Sidenor vendeu o controle acionário da Villares Metals para o grupo austríaco Bhöler.

Esse novo grupo investiu na unidade local e, em 2005, inaugurou linhas mecanizadas de acabamento de perfis especiais. O principal cliente desse produto era o setor automotivo.

Em 2009, o Grupo Gerdau assumiu o controle acionário da Villares e anunciou à imprensa R$ 52 milhões em investimentos na unidade de aços especiais em Sorocaba. Ao mesmo tempo em que dava a boa notícia à sociedade, propunha internamente a suspensão de contrato para parte dos funcionários, alegando queda na produção.

Três anos antes, em 2006, a Gerdau inaugurava sua 30ª usina siderúrgica, em Araçariguama, município vizinho de Sorocaba. A unidade de Araçariguama é especializada em aço para a construção civil.

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