A Prefeitura de Sorocaba anunciou nesta terça-feira que não conseguirá atender 970 mandados judiciais que obrigam o acolhimento de crianças em creches. Durante entrevista coletiva no Paço, a primeira-dama Maria Inês Moron Pannunzio afirmou que a falta de vagas para crianças de 0 a 3 anos na rede municipal é tão grave quanto o problema da saúde na cidade.
Segundo ela, que se apresentou aos jornalistas como “madrinha das creches”, das 1700 ordens judiciais obtidas por pais, 730 foram atendidas. Esse número, seria parte do déficit de 3 mil vagas. As crianças que foram matriculadas mediante ordem da justiça estão alocadas em salas superlotadas, com capacidade para 25 crianças, mas que recebem 30 a 35. “Nem espaço com colchão para as crianças dormirem está havendo”, declarou.
Para este ano, está prevista a inauguração de 14 unidades construídas com recursos próprios e da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), do Governo Federal. O problema, no entanto, está longe de ser resolvido, pois a expectativa é de criar até 1850 vagas com essas novas unidades. A intenção da Prefeitura, segundo a primeira-dama, é construir, com recursos municipais, cinco creches por ano, a partir de 2014, com possibilidade de ampliar essa meta a partir da obtenção de verbas federais. Mesmo que essas projeções se realizem, o prefeito Antonio Carlos Pannunzio não será capaz de atender toda a demanda até o fim deste mandato, avisou Maria Inês.
A demanda reprimida se reflete na lista de espera das creches. Maria Inês informou que Sorocaba tem, atualmente, 55 creches, com 9.648 crianças matriculadas. Para cada unidade, há uma lista com 200 nomes que aguardam vaga, um total de 11 mil pedidos. Para a Secretaria da Educação, essa soma não representa a demanda reprimida, pois vários pais se inscrevem em mais de um local.
“Não podemos superlotar por causa dos mandados”, avaliou a primeira-dama, que esteve acompanhada da secretária de Educação, Dulcina Guimarães Rolim.
Notícia publicada dia 18/06 no site do Jornal Cruzeiro do Sul