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Cultura

Praça Frei Baraúna vai se transformar em uma galeria de arte a céu aberto

Projeto da Oficina Cultural Grande Otelo selecionará artistas para desenvolver intervenções no espaço público. Edital está com inscrições abertas

Jornal Cruzeiro do Sul
Emídio Marques

O artista Wagner Malta Tavares, o curador do projeto Hector Zamora e a artista Laís Myrrha

Entre 18 de outubro a 6 de dezembro, a Praça Frei Baraúna, no Centro de Sorocaba, vai se transformar em uma galeria de arte a céu aberto. Intitulado Camada superficial, o projeto promovido pela Poiesis – organização social gestora da Oficina Cultural Grande Otelo – vai selecionar três artistas de Sorocaba, por meio de chamamento público, para desenvolver interferências artísticas no local.

O edital, disponível no site www.poiesis.org.br/ editais, fica aberto até o dia 22 de agosto. Conforme o documento, os proponentes devem ser pessoas físicas ou coletivos de artistas atuantes na área das artes visuais e que residam em Sorocaba.

Ainda segundo o documento, o orçamento de cada uma das propostas de interferência artística não pode ultrapassar R$ 7 mil. Os projetos inscritos serão submetidos a uma comissão julgadora. O resultado será divulgado no dia 5 de setembro.

Além das três vagas reservadas para artistas da cidade, a Camada superficial contará com instalações dos artistas paulistanos Wagner Malta Tavares, Fernando Limberger e Laís Myrrha, convidados pelo artista mexicano e curador do projeto Hector Zamora. “Será interessante observar esses diferentes olhares sobre o mesmo espaço. Dos artistas de fora, que não tem nenhuma relação com a praça, e dos artistas da própria cidade. Será um desafio novo para todos nós”, disse o curador que, ontem à tarde, visitou a Praça Frei Baraúna.

Embora já tenha realizado algumas exposições em espaços públicos, a artista plástica mineira radicada em São Paulo Laís Myrrha destaca que a possibilidade de “ocupar” boa parte de uma praça com a sua arte também é um desafio inédito em sua carreira. “Acho que será uma oportunidade das pessoas se conectarem com esse núcleo de onde emana um pouco da história da cidade”, afirmou, mencionando a importância histórica do prédio que abriga a Oficina Cultural Grande Otelo que já sediou o fórum da Comarca de Sorocaba.

Para Zamora, o principal objetivo da exposição é “quebrar a realidade atual da praça”. “O ponto principal é criar uma exposição que consiga mexer com a praça e com os habitantes que passam por aqui, criando uma integração maior entre a cidade e os espaços públicos”, destaca.

Segundo ele, o impacto e o eventual estranhamento do público diante das instalações têm a capacidade de fazer com que as pessoas passem a enxergar o espaço público de forma diferente. “Eu comparo [a exposição] com um circo que, quando chega o circo numa cidade, leva toda essa ilusão e essa mágica. Você sabe que uma hora ele vai embora, mas no momento que ele ocupa a cidade, ela torna o lugar em um espaço mágico”, afirma.

Ao visitar a praça pela primeira vez, o artista plástico paulistano Wagner Malta Tavares aproveitou para tirar fotos, fazer anotações e desenvolver alguns esboços. Apesar do olhar atento ao “cenário” que abrigará sua instalação, ele revela não ter um método para desenvolver suas obras de arte. “Eu não sei como isso funciona. A inspiração fica em um lugar onde não tem palavra. É uma coisa relacional, que parte da observação, mas passa por várias experiências e testes que, às vezes, não dão certo. Às vezes, a gente acerta de primeira”, resume.

Além de Hector, farão parte da comissão julgadora um representante da Oficina Cultural e um representante da sociedade civil com conhecimento comprovado e notoriedade no campo das artes visuais.

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