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PPR parcial causa greve na Apex Tool em Sorocaba

A empresa quer pagar cerca de R$ 800 por funcionário a título de segunda parcela da participação nos resultados (PPR), enquanto os trabalhadores afirmam ter direito a R$ 1.800

Imprensa SMetal
Foguinho/Imprensa SMetal
Empresa e Sindicato negociam hoje a tarde; amanhã de manhã haverá assembleia de avaliação em frente à fábrica

Empresa e Sindicato negociam hoje a tarde; amanhã de manhã haverá assembleia de avaliação em frente à fábrica

Os metalúrgicos da Apex Tool, fabricante de ferramentas na zona industrial de Sorocaba, entraram em greve na manhã de hoje para reivindicar o pagamento integral do programa de participação nos resultados referente a 2011. A empresa quer pagar cerca de R$ 800 por funcionário a título de segunda parcela do PPR, enquanto os trabalhadores afirmam ter direito a R$ 1.800. A primeira parcela, paga no ano passado, foi de R$ 2.050.

No total, o acordo de 2011, prevê até R$ 4 mil de PPR por trabalhador, somando as duas parcelas.

A paralisação da Apex começou às 7h e teve adesão de 100% da produção e da maioria do pessoal administrativo. Ainda hoje, dia 19, às 14h, haverá uma negociação da empresa com o Sindicato dos Metalúrgicos. No mesmo horário, haverá uma assembleia para decidir se a greve será estendida ao pessoal do segundo turno de trabalho.

A Apex Tool (antiga Cooper Tools), de capital norte-americano, emprega cerca de 600 trabalhadores.

A diferença no PPR aconteceu porque a direção da empresa quer responsabilizar os trabalhadores por não ter atingido a meta chamada “giro de estoque”, ainda que todas as demais metas de produção tenham sido atingidas. Os funcionários discordam dessa avaliação dos empresários e exigem a participação integral. “O desempenho do giro de estoque é de responsabilidade da empresa, e não dos trabalhadores”, afirma Adilson Faustino, diretor de organização do Sindicato dos Metalúrgicos e funcionário da Apex.

Política salarial
Também de acordo com Faustino, o problema com o PPR foi agravado pelo descontentamento dos funcionários em relação à política salarial praticada pela empresa. “Os salários estão defasados e a grade de cargos e salários não motiva os trabalhadores”, afirma o dirigente.

Como os trabalhadores do primeiro turno foram para suas casas após a decretação da greve, não há possibilidade de retorno ao trabalho dessa turma hoje, ainda que as negociações das 14h sejam bem sucedidas. Uma nova assembleia de avaliação do movimento ou votação de eventual proposta será realizada amanhã, sexta-feira, às 7h.

Antes da paralisação do primeiro turno hoje, a empresa chegou a pedir um voto de confiança para negociar a reivindicação com a fábrica trabalhando. Porém, a maioria dos trabalhadores não aceitou o pedido da empresa. “Infelizmente, a Apex demorou muito para acenar com melhorias. Quando fez isso, a credibilidade dela já estava prejudicada e os trabalhadores decidiram pela paralisação”, explica Faustino.

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