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Editorial

Por que essa comoção por Lula?

Editorial da Folha n. 890 traz uma reflexão dura, mas importante, sobre o momento atual do país, com a politização da justiça e os esforços da classe dominante em impedir Lula de ser candidato

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Para a CUT, Lula é o representante da classe trabalhadora

Para a CUT, Lula é o representante da classe trabalhadora

Por que o julgamento de Lula teve comoção nacional e internacional, com abaixo-assinado incluindo mais de 150 mil assinaturas, entre elas, de ex-presidentes da América Latina, artistas brasileiros, intelectuais de todo o mundo e do mundo jurídico?

Por que o Brasil se mobilizou para acompanhar a sessão no Tribunal Regional Federal da 4º Região, na cidade de Porto Alegre, na quarta-feira, dia 24? Por que milhares de pessoas foram para as ruas em São Paulo e em outras diversas cidades do país para defender a democracia e eleições justas?

A resposta é simples, mas dura. Porque nunca antes houve tanto empenho de uma classe dominante em tentar enterrar um projeto de nação voltado para os mais necessitados, os trabalhadores.

Na visão de quem passou pela experiência atroz das torturas físicas e psicológicas da ditadura civil e militar, que se iniciou com o golpe de 1964, essa perseguição política a Lula utiliza-se dos piores subterfúgios, que sequestraram a democracia brasileira.

O professor de história Miguel Trujillo, aos 65 anos, nunca imaginou vivenciar novamente uma ditadura. Ainda mais esta atual que além de contar com o apoio dos empresários, tem também apoio de um setor da justiça e da grande mídia.

O povo nas ruas em apoio a Lula é a reivindicação mais autêntica pelo retorno da legalidade. É o clamor por um novo Brasil, justo e igualitário. É a resposta aos empresários e a outros aliados do golpe de que não morreu a esperança do Brasil voltar a ter programas sociais e o povo ter mais qualidade de vida.

A compra de um imóvel não é um ato corriqueiro. Exige muito planejamento e visitas ao local para se verificar a estrutura, a localização, para se pensar se ele é realmente adequado e se supre as expectativas do comprador.

Mas visitas, como um passe de mágica, não são suficientes para se adquirir um imóvel. É preciso documentação, pagamento e, por fim, uma escritura como deve ter (ou não) o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de seu apartamento na Avenue Foch, endereço dos ricos e de poderosos, em Paris (França).

Não há nenhuma prova, nenhum documento, nenhum vídeo, nenhuma comprovação de que o apartamento seja de propriedade do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva.

Mas esse julgamento de Lula é um ato político, demonstra o quanto a elite está organizada e não passa nenhum dia sem pensar em como prejudicar os trabalhadores.

A bagagem que Lula carrega são os melhores índices econômicos e sociais de que este país já viveu. Não é pouca coisa e isso amedronta a classe dominante vil e feroz, que assinou a reforma trabalhista e agora visa acabar com a aposentadoria.

Ela não quer nem pensar nas eleições com Lula. Por isso, trabalha arduamente para impedi-lo de participar das eleições. Mas o país vai se reerguer e é com esse clamor por justiça e democracia, com a energia das ruas, com a força do povo que quer uma nação soberana.

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