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População está ‘muito colonizada’ pela televisão e celular, diz Eliane Caffé

Cineasta esteve presente na edição do Cine SMetal desta quinta-feira, 19, que contou com a exibição do documentário “Para Onde Voam as Feiticeiras”

Carol Fernandes (Imprensa SMetal)
Foguinho/Imprensa SMetal

Paulistana, Eliane Caffé estudou na Escola de Cinema de San Antonio de Los Baños, em Cuba, e depois na Espanha. Sua filmografia inclui, ainda, “Filhos do Mangue”, “O Sol do Meio Dia”, “Caligrama”, “Kenoma” e “Narradores de Javé”

Os meios de comunicação — como a televisão e os celulares — têm influenciado, cada vez mais, o pensamento e as atitudes da população brasileira. É o que afirma a cineasta Eliane Caffé, convidada da edição desta quinta-feira, 19, do Cine SMetal. Conhecida por seus filmes de forte impacto social e político, ela foi premiada por Melhor Direção no Festival de Cinema de Gramado 2024, o mais importante do Brasil.

Em entrevista à equipe de comunicação do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região – que será divulgada em breve no perfil da entidade no Instagram –, a cineasta destacou a importância de iniciativas como o Cine SMetal para a formação política dos trabalhadores. “A gente vê como a mente de muitas pessoas está alinhada com que a televisão aberta fala, com o que os celulares trazem. E, às vezes, pode estar acontecendo uma desgraça na sua vida e você não associa com o quê ou quem está causando essa desgraça”, disse Eliane Caffé.

Ela também utilizou como exemplo o contexto das disputas eleitorais. “Agora, na época das eleições, é impressionante ver o país inteiro, boa parte das pessoas, votando na extrema-direita. Depois de ter sofrido uma pandemia, de estar o Brasil inteiro pegando fogo, ainda as pessoas insistem. E eu acho que isso é falta de formação política. E o papel de vocês aqui [no SMetal] é esse. É trazer um outro lado da narrativa, que tem mais a ver com o mundo de verdade”, finalizou.

No Cine SMetal, a cineasta acompanhou a exibição do documentário “Para Onde Voam as Feiticeiras”, que acompanha um grupo de performers LGBTQIA+ em intervenções artísticas no centro de São Paulo. Após o filme, Eliane falou com o público presente sobre os bastidores da obra, os obstáculos enfrentados pelos movimentos sociais, além da midiatização presente no capitalismo.

A cineasta afirma fazer um “cinema de guerrilha”, expressão utilizada para produções de baixo ou nenhum orçamento. Além de “Para Onde Voam as Feiticeiras”, o projeto exibiu, por meio da Mostra de Cinema Eliane Caffé, o filme “Era o Hotel Cambridge”, no dia 5, que mostra a realidade de refugiados recém-chegados ao Brasil que dividem com um grupo de sem-tetos um velho edifício abandonado no centro de São Paulo. O produtor dos dois documentários, Rui Pires, acompanhou a exibição.

Confira a galeria de fotos do Cine SMetal desta quinta-feira, 19:

Eliane Caffé participa do Cine SMetal
Foguinho/Imprensa SMetal

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