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Campanha salarial

PM de Alckmin tenta intimidar metalúrgicos na CNH Case

A reportagem presenciou, inclusive, várias vezes, um funcionário da Case dando instruções para a polícia sobre como agir para atender aos interesses da empresa

Imprensa SMetal

Cerca de 20 policiais militares, inclusive da Força Tática, em pelo menos sete viaturas, tentaram interferir em uma assembleia da campanha salarial dos metalúrgicos realizada na manhã desta quarta-feira, dia 3, na porta da empresa CNH Case, zona industrial de Sorocaba.
A reportagem presenciou, inclusive, várias vezes, um funcionário da Case dando instruções para a polícia sobre como agir para atender aos interesses da empresa durante a manifestação sindical.

A intimidação policial causou indignação nos trabalhadores e acabou transformando um protesto, que deveria durar cerca de duas horas, em greve por tempo indeterminado. A Polícia Militar é comandada pelo governador Geraldo Alckmin, do PSDB, partido que também governa Sorocaba há 16 anos.

Com a alegação de garantir o “direito de ir e vir”, a polícia sugeria a funcionários que entrassem para o trabalho, expondo os metalúrgicos que queriam participar da manifestação a riscos de represálias posteriores dentro da fábrica. Até o início da noite desta quarta-feira a produção da Case continuava parada devido à greve.

Lugar errado
“Quando a empresa ganha a prerrogativa de convocar a polícia para coibir atos sindicais, deixando desprotegidos bairros onde acontecem crimes de verdade, alguma coisa está muito errada na administração pública”, afirmou Alex Sandro Fogaça, diretor administrativo do Sindicato dos Metalúrgicos.

Os metalúrgicos estão em campanha salarial e reivindicam reajuste salarial de 8%. Mais de cem fábricas da região, que empregam 30 mil trabalhadores, já garantiram o reajuste. A Case, fabricante de máquinas agrícolas e para construção civil, é uma das empresas onde ainda não há acordo.

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