Projeto quer diminuir dependência do transporte motorizado individual, hoje o principal meio d locomoção
Depois da realização de duas audiências públicas, em fevereiro e março deste ano, o Plano Diretor de Transporte e Mobilidade Urbana do Município (PDTMU) será votado hoje, em primeira discussão, na Câmara de Sorocaba. O projeto de lei nº 198/2014, de autoria do Executivo, atende a uma exigência da legislação federal que estabelece até 2015 o prazo para que os municípios com mais de 20 mil habitantes tenham instituído um Plano de Mobilidade Urbana como condição para o repasse de verbas federais destinadas à mobilidade urbana.
O PDTMU estabelece propostas e ações a serem desenvolvidas no município até 2027, dentro de perspectivas de curto, médio e longo prazo, que direcionarão os investimentos públicos e as parcerias público-privadas no setor de transporte urbano. Entre as diretrizes estabelecidas no plano de mobilidade urbana, desenvolvido pela Urbes – Trânsito e Transportes, está a priorização do deslocamento a pé, não motorizados e o transporte coletivo, com o desestímulo do transporte individual. Está prevista também a integração dos diversos modos de transporte, o estímulo ao uso de combustíveis renováveis e menos poluentes, além de ações educativas que favoreçam a adesão da população às diretrizes propostas.
Cenário atual
Estudos realizados pela Urbes para a elaboração do plano demonstraram que atualmente 68% das viagens feitas pelos sorocabanos são feitas utilizando meios motorizados, sendo que destes 62% são feitos individualmente e apenas 38% utilizam o transporte coletivo. Outros 31% fazem o percurso à pé e 1% utiliza bicicletas. Nos horários de pico do trânsito, 71% das pessoas se concentram nos transportes individual e apenas 29% no transporte coletivo.
A projeção feita pelos técnicos da Urbes aponta que no prazo de 15 anos, o tempo de viagem no transporte coletivo em Sorocaba tenha um aumento de 9%, enquanto no transporte motorizado individual aumente em 16%. Segundo esses estudos, os eixos da cidade com maior projeto de crescimento estão na região norte, oeste e leste, como reflexo de novos empreendimentos imobiliários e também a implantação de grandes empresas.
Propostas
O PDTMU estabelece três grupos de propostas a serem desenvolvidas na cidade dentro do plano de mobilidade, em períodos de curto, médio e longo prazo. Dentre as ações de curto prazo, a serem iniciadas até 2016, estão a implantação do BRT (ônibus rápido), as intervenções viárias para a instalação dos corredores e faixas exclusivas de ônibus; o gerenciamento das áreas de estacionamento, com redução de número de vagas, especialmente na região central; implantação do semáforo inteligente; planos de calçadas e abrigos; expansão do plano cicloviário e a implementação de uma política contra poluição visual. Todas essas ações serão expandidas até 2027.
A médio prazo (até 2020), o PDTMU tem como diretriz a implantação do trem regional e dos terminais intermodal e suburbano e bolsões de estacionamento. Já a longo prazo (até 2027), o plano estabelece como diretriz a implantação do pedágio urbano, rodízio de placas, e o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).
