Busca
Flexibilização

PL 4330: “Somos radicalmente contra”, afirma Luizão

Amanhã, dia 7, o Plenário da Câmara dos Deputados quer colocá-lo em votação. Metalúrgicos do Estado de SP se somarão à CUT em ato para barrá-lo

Agência FEM-CUT/SP/Viviane Barbosa
Adonis Guerra

Luizão ressalta que os metalúrgicos cutistas são radicalmente contra o PL 4330

Nesta terça-feira, dia 7, a Câmara dos Deputados colocará em pauta o malfadado projeto de lei 4.330/2004. O anúncio foi feito pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), simpático ao PL. A CUT realizará ato no Congresso para impedir a sua aprovação. O PL, de autoria do ex-deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), precariza as relações de trabalho através da subcontratação/terceirização indiscriminada.

No Senado, a tentativa de flexibilizar e precarizar o trabalho também está pautada. O PLS 087/2010 tem texto idêntico ao do PL 4.330 e tramita na Casa ainda sem previsão de deliberação.

O PL 4.330 ainda precisaria da análise da Comissão de Constituição e Justiça – CCJ da Câmara. Entretanto, é previsto no Regimento Interno da Casa que o texto seja apreciado direto pelo plenário. A decisão, caso efetivada, não levaria em conta a opinião da CUT e demais centrais sindicais que representam 33 milhões de trabalhadores, segundo Ministério do Trabalho.

Declaração insana e protesto

No dia 24 de março, o ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro, reforçou discurso pró-terceirização ao afirmar que o Congresso está “maduro” para aprovar. Em nota, o presidente da FEM-CUT/SP, Luiz Carlos da Silva Dias, Luizão, disse que a declaração de Monteiro é “insana” e é inaceitável vinda de um ministro de Estado, que faz parte de um governo democrático e popular, que não consultou a opinião das entidades representativas da classe trabalhadora, destacando a CUT.

Luizão ressalta que os metalúrgicos cutistas são radicalmente contra o PL 4330, que se for aprovado, representará uma tragédia para a classe trabalhadora brasileira. “Esse PL só interessa ao mau patrão super explorador que visa obter maior lucro possível em cima da eliminação de direitos essenciais dos trabalhadores. A terceirização é responsável pela maioria dos processos na Justiça do Trabalho, na qual o trabalhador reclama de direitos essenciais elementares à sua subsistência, sendo certo que em grande parte destes processos, o trabalhador não consegue executá-los, vez que as empresas terceirizadas desaparecem”, explica.

O presidente orienta que os dirigentes dos sindicatos metalúrgicos filiados se somem ao protesto da CUT no Plenário da Câmara dos Deputados, no dia 7, bem como reforcem a divulgação nos sites e pressionem os deputados a não votarem o PL. “Não podemos permitir o retrocesso nas relações de trabalho no Brasil. Esse PL é um atentado aos direitos, somos radicalmente contra”, conclui.

Terceirização só com garantia de direitos

O descontrole da terceirização remete à urgente necessidade de regulamentação do tipo de serviço. Entretanto, as regras devem ser estabelecidas em favor dos trabalhadores e não em detrimento dos seus direitos. Diante disso, a proposta dos trabalhadores converge com o projeto de lei 1.621/2007, do deputado Vicentinho (PT-SP), atualmente parado na Casa Civil.

O texto é baseado em cinco premissas: proibição da terceirização na atividade-fim, da intermediação da mão de obra e da subcontratação, garantia de responsabilidade solidária por parte da tomadora de serviços e de acesso à informação para os sindicatos em caso de terceirização. “Não acreditamos que se possa construir um país a partir do rebaixamento profissional do ser humano”, avalia o ministro do Tribunal Superior do Trabalho, Luiz Philipe Filho.

tags
Armando Monteiro Eduardo Cunha flexibilização Luiz Carlos da Silva Dias luizão pl 4330 pmdb precarizaçao do trabalho PT sandro mabel subcontratação terceirizaçao trabalhadores Vicentinho
VEJA
TAMBÉM