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CAMPANHA SALARIAL

Pela primeira vez, metalúrgicos aprovam proposta de data-base antes do dia 1º de setembro

Com este fato histórico, SMetal demonstra o acerto de convocar reuniões locais com as empresas da região e dialogar com a base sobre os rumos da Campanha Salarial 2024, que com este resultado já beneficia mais de 80% da categoria

Carol Fernandes (Imprensa SMetal)
Foguinho/Imprensa SMetal

A partir de segunda-feira, 2, o SMetal deve iniciar a assinatura das Convenções Coletivas de Trabalho

Os trabalhadores da base do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região decidiram, em Assembleia Geral, aprovar as propostas dos grupos patronais que renovam as Convenções Coletivas de Trabalho (CCTs), corrigem os pisos e tetos salariais e garantem a reposição integral da inflação, mais 1,2% de aumento real. Ainda, autorizaram o protocolo de aviso de greve para propostas que não atendam aos mesmos critérios. [Entenda a proposta detalhada abaixo]

É a primeira vez na história do SMetal que os metalúrgicos decidem sobre a data-base antes do dia 1º de setembro, prazo para que as negociações coletivas entre os grupos patronais e a Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT/SP) cheguem a acordos. Esse fato inédito demonstra o acerto do Sindicato ao convocar reuniões locais com as empresas da região e dialogar com a base sobre os rumos da Campanha Salarial. Com a decisão, 80% dos mais de 47 mil metalúrgicos que pertencem à base do SMetal, estão com os direitos assegurados.

Para o presidente do SMetal, Leandro Soares, isso demonstra a importância da participação dos trabalhadores nas tomadas de decisão. “O dirigente sindical, lá no chão de fábrica, ele não consegue sozinho organizar, fazer a luta e os enfrentamentos. o Sindicato não faz greve sozinho. O Sindicato só faz greve, só faz luta, só faz conquista com o aval, a anuência e a participação dos trabalhadores”, destacou. A partir de segunda-feira, 2, o SMetal deve iniciar a assinatura das Convenções Coletivas de Trabalho.

A Assembleia Geral foi realizada de forma híbrida, com votação eletrônica disponível das 9h do dia 28, até às 17h desta sexta-feira, 30. Participaram desta modalidade 2.148 trabalhadores, sendo que 80,68% concordaram com a proposta de encaminhamento do SMetal. Já presencialmente, a Assembleia contou com centenas de metalúrgicos, que aprovaram de forma unânime a proposta, no início da noite desta sexta-feira, 30.

O secretário-geral do SMetal, Silvio Ferreira, destaca que há dez anos os trabalhadores metalúrgicos não recebiam reajustes salariais com aumento real acima de 1% por dois anos seguidos. “A dois dias do 1º de setembro, nós estamos aqui, fazendo uma assembleia de data-base com proposta de aumento real e com reconhecimento da nossa Convenção Coletiva. O que, historicamente, nós nunca vimos acontecer. Em outros anos, vimos a Campanha Salarial sendo jogada lá ‘para frente’, tendo que mobilizar, fazer a luta. De repente, até mesmo fazendo a negociação individual, como foi o caso do ano passado”, disse.

Silvio destacou, ainda, que o reajuste aprovado pelos trabalhadores da base do SMetal é superior ao aumento real médio das outras convenções metalúrgicas negociadas em 2024, que somam 0,90% apenas. “Em todos os grupos, há um item prevendo que ficam garantidas as condições mais favoráveis ao trabalhador, advindas de outros instrumentos coletivos. Isso se aplica, por exemplo, para a valorização do piso e do teto de 2023 dos metalúrgicos de Sorocaba e região”, finalizou.

Grupos com rejeição de propostas

Propostas de grupos patronais que apenas repõem as perdas com a inflação – de forma integral ou parcelada –, com um aumento real de 1% e sem a correção adequada do piso e do teto salarial de 2023, serão rejeitadas e encaminhadas para o protocolo de aviso de greve. É o caso dos seguintes grupos:

GRUPO 10 E AEROESPACIAL – FIESP

⦁ SINIEM – ESTAMPARIA
Empresas: Imelux, Compreess, Tecstamp, Ita Aços, entre outras

⦁ SICETEL
Empresas: Gerdau, Intacta, Iffa, entre outras

Grupos com propostas aprovadas

Já os grupos que apresentaram propostas de reajuste que incluem a reposição da inflação, um aumento real de 1,2%, a valorização dos pisos e tetos salariais, além da renovação das cláusulas sociais, são os seguintes:

⦁ SINDRATAR
Empresas: Jet Maq, Link Cold, Termo Tek, Searcon Ar Condicionado, entre outras

⦁ SIFESP
Empresas: Vicfer, Aluzinco, Metalvic, Metalor, Metalax, MG.Fundição, Saboo, entre outras

⦁ GRUPO 2 – SINDMAQ E SINAEES
Empresas: Clarios, CNH, Flextronics, Metso, JCB do Brasil, Jaraguá, Vesuvius, De Nora, Emerson, ABB, entre outras

⦁ G8.3 – SIMEFRE, SINAFER e SIAMFESP
Empresas: Apex, YKK, Wyda, Hurth Infer, Ibrafer, Tamboré, Clesse do Brasil, Seco Tools, TT Steel, Grupo Vimax, entre outras

⦁ SIESCOMET
Empresas: Index, KG2, Vital Alumínio, Sismetal, entre outras

SINDICEL
Empresas: Prysmian, Condex, Furukawa, Wec Cabos, Bandai, SEI do Brasil, entre outras

⦁ G3 – SINDIPEÇAS, SINDIFORJA E SINPA
Empresas: Schaeffler, ZF do Brasil, Metalac, Bosh, Kanjico, Nal do Brasil, Edsha, Gestamp, GK 108, Purem, entre outras

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