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Entrevista

Paulo Betti, sem medo de ir contra a corrente

Em entrevista exclusiva à Fórum, o ator faz uma análise crítica da gestão do PT no comando do país, e também alerta para os interesses de setores que apontam para a existência de um caos generalizado

Revista Fórum/Maíra Streit
Divulgação

No Palácio do Planalto, Paulo Betti conversou com a presidenta Dilma Rousseff e participou do Ato em Defesa da Democracia

Esta é uma matéria da Fórum Semanal. Confira o conteúdo especial da edição 205 clicando aqui

Em Brasília com o espetáculo* “Autobiografia Autorizada”, o ator Paulo Betti recebeu a equipe da Fórum em um café, no centro da cidade, para falar sobre um de seus assuntos preferidos: política. Não é à toa que ele busca sempre conciliar os compromissos profissionais com as atividades da militância, que mantém desde a juventude.

Entre uma apresentação e outra, ele foi ao Palácio do Planalto para uma conversa com a presidenta Dilma Rousseff e participou do Ato em Defesa da Democracia, coordenado pelo PT, legenda da qual faz parte. Mas se engana quem pensa que Betti aplaude todas as atitudes do governo. Na entrevista, ele faz uma avaliação crítica da gestão do partido no comando do país, aponta falhas e propõe reflexões.

No entanto, alerta que é preciso analisar o cenário político brasileiro com cautela, separando os interesses de setores que apontam para um caos generalizado. “Acho que essa crise está sendo acirrada de uma forma agourenta, parece que é uma torcida para que dê tudo errado”, destaca.

Ele cita as tentativas da oposição de derrubar Dilma da presidência e diz que fez questão de demonstrar solidariedade a ela, mesmo desagradando muitas pessoas. “Já tive vários momentos onde fui contra a corrente. Eu nado na direção que tenho que nadar. Se é contra a corrente, vai ser contra a corrente”, enfatiza.

Betti conta que faz coro com a atriz Marieta Severo, que veio a público declarar que acredita no projeto que julga estar sendo desenvolvido para o país, pautado na inclusão social e na distribuição de renda. Para ele, esse é o foco mais importante a ser considerado em uma ideologia política. E não poderia ser diferente.

Nascido no interior de São Paulo, o ator passou a infância em um quilombo, era filho de empregada doméstica, que sequer teve a oportunidade de aprender a ler e escrever. O pai, esquizofrênico, passava boa parte do tempo internado para tratamento ou fazendo bicos como sorveteiro e ajudante de pedreiro. A trajetória nada fácil fez com que Paulo Betti desenvolvesse um apreço pelas questões sociais e um olhar mais sensível para as dores do outro.

E é sobre esse e outros temas que ele explica na entrevista a seguir.

Fórum – Você é um artista engajado politicamente. Em vários momentos históricos do país, essa participação da classe artística foi muito importante. Você sente falta desse espírito crítico na geração de novos atores? Ou não?

Paulo Betti – Percebo que as pessoas estão interessadas, sim. Não sei se tanto quanto quando comecei a me interessar por política, com 15, 16 anos de idade. Foi quando comecei a me dar conta das injustiças, a achar que tinha que ajudar, ficar contra aquilo. E foi exatamente dentro da ditadura militar. Isso aí foi antes dos anos 1970, em 1968, 1967.

Eu vim de uma família de camponeses, lavradores, com todo aquele clima que tinha na época, com todas aquelas músicas do Geraldo Vandré e a minha experiência familiar, vendo meu avô trabalhando na enxada, não tendo carteira assinada, e tudo o que eu achava que não estava certo.

Não sei. Vejo muita gente jovem interessada, interessante, ligada e crítica. Talvez hoje o momento seja mais complexo, mais estilhaçado. Naquele momento, a gente sabia exatamente o que a gente não queria e o que a gente combatia. Hoje, há uma cortina de fumaça e há muita poeira no ar. Tem uma coisa assim, da questão ideológica mesmo, que está um pouco enfraquecida.

Estou dizendo isso, mas não tenho certeza. Não dá para ver como está. As pessoas estão meio confusas porque a gente tinha um partido que pregava ética, pregava contra a corrupção e agora a gente vê que eles também se envolveram com a corrupção. “Você não está decepcionado?” é a pergunta que eu mais ouço.

Estou, sim, decepcionado com o tamanho da burrice. Mas, ao mesmo tempo, tenho uma noção de que o ser humano é um pouco falho. Se você pegar cem atores, vão ter lá uns dez cafajestes, canalhas. Se você pegar cem jornalistas, a mesma coisa. Então, existe um porcentual da falha, do encantamento com o poder ou da frouxidão moral.

Fórum – O que você diz é que não dá para tomar a parte pelo todo e começar a generalizar, achando que isso é característica de um partido.

Betti – Ou de uma classe social. Acho que o buraco é esse. A luta política, com todas as suas variações, tem esses dois polos: tem aquela disputa do PSDB com o PT. O PSDB, então, representando aqueles que acham que sabem fazer as coisas porque são de uma classe mais educada, que teve mais acesso à escolaridade, vamos dizer que o PSDB representa isso.

E, do outro lado, os operários. O cara que não tem o dedo, que fala errado e que, de repente, consegue fazer um governo muito superior ao do outro. Quer dizer, depois vem a sequência de “você não está decepcionado com a história do ‘mensalão’, da corrupção?”. É nesse sentido que estou dizendo. Qero que cada pessoa que tenha feito algo errado seja julgada e seja condenada. Agora, fazer algo errado e algo certo é bastante relativo, depende do ponto de vista.

Quando vejo o escândalo em cima do julgamento do mensalão, o escândalo midiático, quase uma novela, acho ok. Mas, ao mesmo tempo, me fica uma questão: por que não julgaram antes o mensalão do PSDB? De certa maneira, isso já quebra completamente a cadeia de credibilidade do que vem depois. Vejo o que estão dizendo na imprensa, mas aprendi a fazer uma leitura dos jornais, tentando entender o que está por trás daquilo, qual o interesse que existe.

Fórum – E, na sua visão, qual é o interesse dessas reiteradas tentativas da oposição de abreviar o mandato da Dilma?

Betti – Assumir o poder para então conduzir tudo para o que eles acham que é melhor para o Brasil. Se você pensar assim, que o Aécio Neves tem um projeto para o Brasil – e que, abnegadamente e como grande homem brasileiro, que vem de uma estirpe que tem no avô uma figura importantíssima dentro da política brasileira -, julga que tem um projeto e sabe fazer melhor e executará melhor, de uma maneira mais ética, mais limpa do que esses “sujos” que estão aí.

Mas, quando você abre o currículo, você vê que [ele] também não está com essa bola toda [risos]. Meu interesse na política é, com as observações que faço da vida, tentar me expressar a favor daqueles que estão mais próximos do povo de onde eu vim, da minha origem.

Fórum – O fato de ter morado em um quilombo e de ter uma origem humilde contribuiu muito para a sua visão de hoje, mais voltada às questões sociais, não é?

Betti – Exatamente! Só replicando a Marieta Severo, essa questão social, para mim, é muito importante. Então, essa pequena guinada que o Brasil deu com o Bolsa Família é pouco, pelo que eu queria que tivesse rendido – cobro também, não acho que esse time jogou tão bem assim; pisou na bola muitas vezes, não percebeu minimamente os apoios que teve e quais eram os mais importantes.

Vou falar uma coisa para pegar pesado. O Lula vai ao enterro de um político adversário dele e reacionário e não vai ao enterro da nossa querida presidente do Sindicato [dos Artistas de São Paulo] Lélia Abramo. Então, como alguns artistas sempre apoiaram muito [o PT], às vezes não prestaram atenção. Às vezes penso isso. Até compreendo que “aquele [grupo] lá já ganhou, é nosso, vamos conquistar aquele outro”. Mas essa aproximação com o Maluf, com o Sarney, com o Renan, com o Collor, com toda essa gente, é difícil de defender.

Fórum – E a eleição foi tão disputada voto a voto que quem realmente fez a diferença para a eleição da Dilma foi, de fato, a militância, a base que se juntou e foi para a rua.

Betti – É. E com toda a crítica que ela [a militância do partido] tem. É como aquele pessoal que tem um time que está jogando mal para caramba, mas mesmo assim vai para cima fazê-los jogarem bem.

Fórum – E são eles que, hoje, se sentem preteridos.

Betti – Acho que geralmente se sentem preteridos porque é sempre assim. Com muito tempo no poder também, é preciso tomar cuidado, vai ficando meio viciado. A ambição é sempre grande. Tem muitas falhas nesse ponto de vista, que mostraram que a gente é feito da mesma matéria que todos. Nunca achei que fôssemos tão melhores porque eu estava dentro do PT e via umas briguinhas, umas vaidades. Nunca tive muita ilusão a nada com respeito ao ser humano em geral.

Fórum – Mas, talvez, o problema da política brasileira seja uma visão maniqueísta de que um é o bom e o outro é o vilão, e colocar toda a culpa em um lado, como se os outros fossem muito idôneos.

Betti – Existem projetos, é óbvio que nós sabemos, mas são diferentes. Eu me lembro que, quando o Fernando Henrique tomou posse pela primeira vez, ele deu uma entrevista na Folha, onde dizia que tinha uma parte do povo para qual ele ia governar, mas tinham lá 12 milhões de excluídos que não ia dar para serem incluídos. Se você sai logo para governar e achar que tem excluídos que você não vai conseguir incluir, você já está confessando que vai perder, já está fracassando.

Então, nesse aspecto, por mais que o Lula possa ter errado muitas vezes, já propunha outra coisa, propunha resgatar essa gente. Só por isso já estou desse lado. Política é você escolher aquele que você acha que mais te representa. E não escolher o santo que te representa porque sabemos que o ser humano é falho, ele erra, ele precisa ser corrigido o tempo todo.

Eu me alinho assim, na política, com aquele que me representa mais, claro. Eu queria que ele [o PT] se aproximasse dos pequenos partidos, os mais interessantes, como o PSOL. Esse lado me interessa mais.

Fórum – Uma oposição crítica, mas mais fundamentada, que puxe para a esquerda.

Betti – Exatamente! É isso que eu quero. Agora, dá para fazer isso também sem ficar acirrando tanto os ânimos. Tenho colegas de diversos matizes e pronto, cada um com a sua formação escolhe quem apoiar, quem está certo.

Fórum – Você esteve com a presidenta essa semana no Palácio do Planalto. Como sentiu a reação dela diante desses ataques todos?

Betti – Nós não conversamos sobre isso, mas achei que ela estava com um astral bom. Estava com uma cara boa, com energia. O fato é que ela está acostumada à luta. Não senti nem um pingo de abatimento. Ela está na luta, contando piada. É muito difícil você exercer essa função de escolher os caminhos e acho que essa crise está sendo acirrada de uma forma agourenta, parece que é uma torcida para que dê tudo errado.

A primeira mulher eleita no Brasil como prefeita [de uma capital] foi uma candidata do PT, Maria Luiza Fontenele, em Fortaleza. E o massacre a que ela foi submetida é esse que nós temos até hoje. Então, toda vez que alguém do PT ou com algum alinhamento mais à esquerda toma o poder, eriça. Não era para acontecer. O Lula foi fora da curva, não era pra ter acontecido o governo Lula dentro dos planos da elite brasileira.

Fórum – Não era para ter acontecido. Aí ele se reelege, elege a Dilma, que também se reelege.

Betti – E a mídia é tão forte contra que, ainda conseguirem fazer tudo isso, acho que o PT tem até que se orgulhar de muitas coisas que fez. É basicamente você ver a figura do Fernando Henrique e a figura do Lula, de um lado e de outro. Essa é a representação mais palpável de tudo. Quem é Fernando Henrique e quem é Lula? E a quais interesses que eles dois servem? É isso que o povo precisa sempre ficar prestando atenção.

Fórum – E ser um militante de esquerda já te prejudicou de alguma forma? Temos visto algumas ações de intolerância muito fortes. Já sofreu algum tipo de constrangimento?

Betti – Não acho que todo ator tenha que se comprometer politicamente. Gosto daqueles que assumem posições. Gosto mais ainda daqueles que assumem posições parecidas com a minha, óbvio. Mas, de qualquer maneira, tem gente que não quer se envolver com política. Mas a política envolve todos nós, mais cedo ou mais tarde. Tudo o que você faz é política. Todos os passos que você dá, todas as atitudes que você toma, tem política nisso. Não fiquei pensando, não tive muita escolha, fui fazendo as coisas que eu acreditava. E ainda hoje continuo fazendo as coisas que eu acredito.

Acredito, nesse momento, que a presidente Dilma recebe um massacre que acho injusto e precipitado, que não me interessa. Então, acho simpático visitá-la, mostrar solidariedade a ela nesse momento. É claro que, em um momento que ela tem, segundo dizem, 10% de aprovação, 90% das pessoas talvez falem assim: “Pô, esse cara…”. Algumas pessoas vão me passar um torpedo falando que sou vendido, que eu estou louco, que sou um ladrão, que sou um atorzinho de merda. Enfim, essa coisa da internet que cada um fala o que quer. Fazer o quê, né?

Já tive vários momentos onde fui contra a corrente. Sei lá, eu nado na direção que tenho que nadar. Se é contra a corrente, vai ser contra a corrente. Então, acho que em alguns momentos, sim, perdi empregos. É evidente que, quando você assume uma posição, a pessoa passa a te ver já com uma pré-disposição. Tem gente que já nem vai ver a minha peça. Eu tenho certeza que muita gente fala assim: “Não, não vou ver a peça daquele petista, aquele petralha. Não vou ver aquela peça”. Fazer o quê? Não vai ver. Eu gostaria que visse.

Vejo cinema americano, gosto de filmes do Clint Eastwood. E o Clint Eastwood é um cara de direita. Não, não concordo com as posições políticas dele, mas acho que ele filma bem, é um bom cineasta, é um bom ator. Então, o que espero é que as pessoas tenham esse tipo de discernimento, mas nem sempre têm. Também sei disso. Então, é um risco que se corre.

Tinha um ator africano chamado Sotigui Kouyaté que dizia sempre que o melhor é você dizer a verdade. Então, procuro me comportar de uma forma correta, não mentir, fazer as minhas coisas, pagar meus impostos, fazer tudo direitinho, me posicionar politicamente. E dar a liberdade a quem queira ser de forma diferente.

Fórum – O fato de a democracia no país ser recente, talvez as pessoas não estejam acostumadas a divergir, discutir e dialogar na base do respeito.

Betti – E é uma guerra violenta, sanguinolenta. O que se joga é a vida das pessoas. A gente não tem que ser ingênuo, se mata e se morre por isso. É claro, a gente queria que fosse um pouco mais fluido. Tudo é questão de uma luta muito violenta de classes que se digladiam. Cada uma tentando trazer o melhor para si.

Quero leite para o meu filho, quero casa para a minha família. E o outro vai dizer: “Não, eu quero para mim”. É uma coisa que a gente vai tentando controlar. E a política é a tentativa de fazer isso se encaminhar. A gente vai se movendo, se encaixando. Mas é violento, sim.

Fórum – Mudando um pouco de assunto, o homossexual Téo Pereira foi um dos seus personagens mais populares. O assunto foi trazido também pela novela Babilônia com o casal vivido por Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg, que está sofrendo um sério boicote de alguns setores. Como você vê essa repulsa de fundamentalistas à comunidade LGBT?

Betti – Acho isso muito chato, perigoso. Nesse sentido, desse acirramento que acontece na política, ele emana desdobramentos e esses desdobramentos são a intolerância religiosa, o racismo, o machismo. Todo esse tipo de intolerância eu acho muito chato. Pensava que já tínhamos passado essa etapa, que já estávamos em outra etapa.

Essa novela sofreu muito isso. Babilônia é exemplar da coisa que veio no momento errado. Ou talvez no momento certo. Eu acho que ela tem esse mérito de explicitar e tocar na ferida. Ela é importante por isso, porque ela mostra o quanto a nossa sociedade está careta.

A novela também é parte disso, está dentro desse contexto. Mas as pessoas é que estão, de uma certa maneira, vindo à tona. O sentimento estava ali o tempo todo. Ele estava represado, mas a direita estava acuada, escondido dentro do armário. A direita saiu do armário para brigar com o meu personagem [risos].

O meu personagem em si teve uma aceitação boa, mas no início houve uma resistência bem forte, de uma certa caretice, que queria que ele fosse mais cool, mais contido. A caretice é isso: se quiser ser gay, pode ser gay, mas tem que ser contido e não tão desmunhecado.

Fórum – É isso. Quer colocar mais alguma coisa para encerrarmos?

Betti – É isso mesmo. Estou aí fazendo a minha peça, vou observando o movimento. Acho que as pessoas estão meio piradas quando ficam falando de impeachment. Acho um açodamento, uma falta de elegância, de não deixar as pessoas trabalharem, sabe? Quando eu vim para Brasília com a minha peça, fiquei pensando nisso.

Está faltando amor, compaixão, entendimento. É isso que você estava tentando dizer e eu disse que era uma carnificina. Tem que saber respeitar as regras do jogo. Como eu disse, tem lá cem pessoas, mas são dez más. Más não, mas que estão pisando na bola. Tem outras noventa. Tem que acreditar um pouco mais.

Lançar essa onda de desconfiança do ponto de vista da honestidade de todo mundo também não é uma coisa tão boa. Eu, por exemplo, sou um pouco estruturalista. Aconteceu isso comigo, então me leva a crer que tem problemas também parecidos com o outro.

Eu fui acusado de receber dinheiro do mensalão! E tive minha foto publicada em uma revista nacional como se tivesse recebido R$ 200 mil do mensalão. Esses R$ 200 mil foram um patrocínio do Banco do Brasil, que foram pagos pela agência do Marcos Valério, que era na época o operador de Marketing do Banco do Brasil.

Mas esses R$ 200 mil foram usados pela Casa da Gávea, no Rio, em cinquenta ações de shows, com humoristas. Pagamos Chico Anysio, pagamos Ronald Golias, José de Vasconcelos, grandes humoristas. Todo o projeto se fechou e teve suas contas aprovadas. Foi investigado e visto que estava tudo certo, mas eu fui denunciado. Então, isso é parte do jogo sujo e era para me atingir.

Fórum – E isso toma uma proporção tão grande que depois fica difícil se defender…

Betti – É. Tem que tomar muito cuidado com acusações de improbidade, de desonestidade. Tudo é muito grave, nem todo mundo merece ser acusado de ser desonesto. Veja o caso, por exemplo, do Luiz Gushiken, que morreu injustiçado. E depois provou-se que ele não tinha culpa nenhuma. É tudo assim.

Outro dia, alguém disse que eu sou um ator que cobra R$ 150,00 o ingresso. Nossa peça é R$ 10,00! Claro, tem um subsídio para isso. Mas jamais vai passar de R$ 30,00 o valor do ingresso da nossa peça se você colocar o patrocínio e distribuir pelo número de pessoas que assistiram.

* O espetáculo “Autobiografia Autorizada” é um monólogo de Paulo Betti, dirigido por ele e por Rafael Ponzi, que marca a comemoração dos 40 anos de carreira de Paulo. O texto foi construído pelo próprio artista, com relatos do mundo rural onde o avô, um imigrante italiano, trabalhava para um fazendeiro. Fala ainda do pai, esquizofrênico, e da mãe, camponesa e analfabeta, que mudou para a cidade onde foi empregada e lutou pelo sustento de seus 15 filhos. O testemunho do ator, autor e diretor traz momentos de emoção e também divertimento. Em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) de Brasília até domingo, 19 de julho.

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