Pais, alunos e professores da rede estadual de ensino de São Paulo farão mais um protesto contra a reorganização escolar prevista para 2016. A atividade reunirá também movimentos sindical e sociais e começará com assembleia dos educadores, às 15h, seguida do Grito em Defesa da Escola Pública de Qualidade no Estado de São Paulo, às 17h, no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista.
O objetivo do governo é separar em prédios diferentes o ensino médio, os anos iniciais (1º ao 5º) e os anos finais (6º ao 9º). Isso sem ter feito nenhum diálogo com professores, trabalhadores do setor e população em geral, mesmo que a medida possa levar a demissões, superlotação das salas de aula e prejuízos em geral para a educação pública.
A medida poderá atingir um grande número de escolas, como num efeito cascata. Ao fechar algumas unidades, outras precisarão ser adaptadas para a mudança. Levantamento do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) aponta que desde o início do ano foram fechadas 3.390 classes. De acordo com a entidade, pelo menos 163 escolas serão eliminadas se Alckmin seguir com esta proposta.
O professor e presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo, fala sobre o descaso do governo. “Alckmin não dialoga com os professores, diretores e trabalhadores em geral e é exemplo de truculência com a categoria e os servidores. Paga péssimos salários e joga o fechamento das escolas goela abaixo da população, sem consultar a opinião das pessoas e sem levar em conta que isso já afeta várias famílias e regiões”, protesta o dirigente.
A rede estadual tem hoje 3,8 milhões de alunos e 5.108 escolas. A ‘reorganização escolar’, que pretende transferir de 1 a 2 milhões de alunos, será anunciada pelo governo estadual no dia 14 de novembro.
Coordenadora Geral da Escola Sindical São Paulo, Telma Victor, também secretária de Formação da CUT/SP, relata os prejuízos aos estudantes. “O projeto de Alckmin diz que os jovens irão para unidades num raio de até 1,5 km de suas casas, mas isso é provável que não aconteça. Outro dia, respondendo a um jornal de ampla circulação, o governo disse ainda que os pais poderão levar os filhos a escolas próximas ao trabalho, mas vale lembrar que nem todas funcionam em tempo integral, além do gasto com transporte”, diz.
A dirigente também aponta que a medida prejudicará a atuação dos professores. “Hoje eles estão locados em uma determinada escola e muitos não fazem toda a jornada em uma única escola, mas em duas ou três. Em cidades do interior, o fechamento das escolas fará com que os trabalhadores se desloquem ainda mais, inclusive para cidades vizinhas, para complementar a jornada de trabalho, causando desgaste ainda maior. Tudo isso Alckmin está fazendo sem dialogar, sem saber o que pensam os que serão afetados”, relata.
Clique aqui e confira a Cartilha publicada pela Apeoesp, CUT São Paulo e outras entidades em defesa da educação pública