Em sintonia com um dos eixos da Campanha Salarial de 2023 dos Metalúrgicos da CUT – que cobra a redução de jornada sem redução de salário – o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, disse durante sessão na Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal no último dia 9, que “passou da hora” de o Brasil discutir a possibilidade de ter somente 4 dias de trabalho na semana.
“Eu acredito que passou da hora (de discutir). Não conversei sobre isso com o presidente Lula, portanto estou falando a minha opinião, não do governo. Mas tenho certeza de que o presidente Lula não iria bloquear um debate no Congresso sobre a possibilidade de redução da jornada de trabalho sem redução de salários, ainda mais sendo uma reivindicação da sociedade”, afirmou o ministro.
Vale lembrar que, atualmente, há diversos projetos-pilotos no Brasil em andamento para medir o impacto da jornada de trabalho de quatro dias, modelo que já é realidade em outros países.
40 horas semanais
A redução da jornada para 40 horas semanais é pauta do movimento sindical desde a fundação da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e houve pouco avanço neste debate a nível nacional.
Já em Sorocaba, o secretário-geral do SMetal, Silvio Ferreira, destaca que há diversas empresas metalúrgicas que praticam jornada de 40 horas, como Toyota, Kanjiko, Metalac, Gestamp, NAL do Brasil, Scherdel e Edscha, entre outras. “É importante lembrar que esse modelo de jornada não veio de graça. Foi conquistado a partir de negociação do Sindicato e com muita luta por parte dos trabalhadores”, assegura.
O secretário-geral do SMetal concorda com o ministro e ressalta que passou da hora mesmo de começar a discutir essa pauta no Congresso. “A redução de jornada, claro que sem redução de salários, pode contribuir para a geração de novos postos de trabalho e redução do desemprego, bem como para o fortalecimento da indústria no nosso país”, completa Silvio Ferreira.