A manifestação em Sorocaba contra o presidente Michel Temer, nesta sexta-feira, dia 31, chegou a reunir mil pessoas em seu auge, por volta das 10h30, segundo a organização do movimento.
O ato, contra a terceirização e as reformas da Previdência e Trabalhista, contou com a participação de sindicatos de aproximadamente 60 categorias profissionais, além de movimentos sociais, centenas de estudantes e pessoas que circulavam pelo centro e aderiram à passeata.
A concentração começou às 8h30, no Largo São Bento, na região central. Enquanto aguardavam mais de 200 estudantes de escolas públicas da zona norte, que estavam vindo à pé pela Avenida Itavuvu para participar do ato, lideranças sindicais e de movimentos juvenis se revezavam no microfone.
Às 9h45 o grupo que estava no Largo São Bento, formado por cerca de 600 pessoas, começou a descer a Rua São Bento em passeata. Na altura da Rua Padre Luiz os 200 estudantes da zona norte se juntou à passeata. Em seguida, dezenas de outros manifestantes que esperavam em frente às agências bancárias também entraram no movimento.
Entre a Praça Coronel Fernando Prestes e o início da Rua XV de Novembro, muitas pessoas que estavam no centro, e afirmavam estar também indignadas com as medidas e as propostas de Temer, engrossaram ainda mais a passeata.
Encerramento
Da Rua XV de Novembro, a passeata entrou na Rua Brigadeiro Tobias e depois Rua Monsenhor João Soares e parou na Praça Artur Farjado (Praça do Canhão). Na praça, onde estava previsto o fim do ato, a maioria dos participantes dispersou. Mas um grupo de aproximadamente 400 pessoas decidiu continuar a caminhada, entrar na Rua Doutor Álvaro Soares e terminar a manifestação somente no Largo do Mercado Municipal.
Em frente ao relógio do Mercado, algumas lideranças sindicais e estudantis fizeram o encerramento do ato, às 11h40.
Manifestação pacífica
Diferente do que afirmou reportagem da afiliada da Globo em Sorocaba, não houve indignação das pessoas por causa do atraso na abertura dos bancos. Os bancos também não fecharam no período da manhã por causa da passeata, mas sim porque os bancários participaram do movimento.
Os alunos também não ficaram sem aula por causa do protesto, mas porque os professores estão em greve em todo o estado e porque muitos deles, além de centenas de alunos, participaram da manifestação popular.
Nenhum incidente aconteceu durante o ato, que foi pacífico e contou com a batucada de um grupo de jovens, que deu um tom alegre ao movimento de protesto.
Greve Geral dia 28
Durante a manifestação, todos os membros da organização que usaram o microfone lembraram que o evento desta sexta foi apenas um “esquenta”, uma preparação, para a greve geral do dia 28 de abril, que as centrais sindicais e movimentos sociais começaram a anunciar no início desta semana.
“Mas antes da greve do dia 28, outros atos, organizados coletivamente pelas organização que estão aqui (na passeata) ou isoladamente pelas entidades de classe ou movimentos sociais, certamente vão acontecer, não apenas em Sorocaba, mas em todo o país. E isso vai continuar até que o Temer desista de prejudicar os trabalhadores”, afirmou Ademilson Terto da Silva, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos (SMetal) e coordenador regional da CUT.
Organização
A manifestação desta sexta-feira em Sorocaba foi organizada pelo Fórum Sindical Contra as Propostas de Reformas do Temer e pela Frente Brasil Popular.
Participam do Fórum Sindical sindicatos ligados às seguintes centrais sindicais: Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), além de sindicatos sem filiação à nenhuma central.
Já a Frente Brasil Popular reúne integrantes do Fórum Sindical, do Levante Popular da Juventude, da União da Juventude Socialista (UJS), da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), da União Nacional dos Estudantes (UNE) e partidos políticos de oposição, como PT, PCdoB e PDT.
Também havia no ato desta sexta militantes do Psol, da Apeoesp, da Intersindical e do movimento Povo Sem Medo, que não integram a Frente Brasil e o Fórum.
Ato público também em Piedade
Em Piedade, um ato público contra as reformas de Temer reuniu 350 pessoas no centro da cidade, principalmente jovens, também nesta sexta-feira, dia 31. A manifestação também contou com o apoio e a participação do Sindicato dos Metalúrgicos (SMetal).
Confira fotos do ato em Sorocaba na galeria abaixo.