Desde o início dos projetos, há cinco anos, a associação conta com parceria do Sindicato dos Metalúrgicos, por meio do conceito de Sindicato Cidadão
Integração para reintegração em sociedade. É com essas palavras que Nelson Rosella descreve a importância da atuação da Associação Sorocaba Futebol de Amputados (ASFA) em sua vida e na de dezenas de outros atletas com deficiência. Ele viu sua vida mudar em fevereiro deste ano, ao passar por um processo de amputação em uma de suas pernas. Dois meses após o ocorrido, foi acolhido pela ASFA.
“Os fisioterapeutas, por mais boa vontade que tenham, eles não são amputados. Então, eles não sabem a dificuldade que é de colocar um sapato, de escolher uma calça, porque muda. Parece besteira, mas muda. Então a associação vem me ajudando muito”, afirma Nelson.
“Eu tive acesso a médico e fisioterapeuta, mas só com a entidade eu encontrei os meus.” (Nelson Rosella)
A entidade foi criada em 2019, com a proposta de tornar o acolhimento à pessoa com deficiência (PcD) juridicamente e socialmente legal, por meio do esporte. A partir do reconhecimento em cartório do estatuto com natureza associativa, ampliou seu leque assistencial, integrando o PcD também ao mercado de trabalho, por meio da Lei Federal 8.213/91.
Compromisso social
Desde o início dos projetos, há cinco anos, a ASFA conta com parceria do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), por meio do conceito de Sindicato Cidadão. “O Sindicato Cidadão vai para além de garantir os direitos e ampliar os benefícios da categoria metalúrgica. Ele tem essa preocupação social, realmente, de combater a fome e discutir políticas públicas na cidade, que traga oportunidades de cultura, esporte e lazer. Ou seja, acesso. E quando falamos de acesso, falamos também de inclusão social”, explica o presidente do SMetal, Leandro Soares.
Também atleta da entidade, Reginaldo Andrade afirma que o Sindicato Cidadão mudou sua vida. “Se não fosse o SMetal, a gente não conseguiria desenvolver o projeto, participar dos jogos. O maior suporte hoje nosso, da associação, é o Sindicato”, conta.
“Às vezes a gente [atletas da ASFA] se sente um pouco para baixo, por causa da amputação. Se sente meio ‘fora’ da sociedade. E o esporte faz a gente se sentir como heróis. Então é uma transformação de vida total”, diz Reginaldo.
Da esquerda para direita, Pedro Barbosa, Nelson Rosella e Reginaldo Andrade, atletas da ASFA
O mesmo sentimento é de Pedro Barbosa, o Pedrinho, que viu a prática esportiva transformar sua saúde física e mental. “Eu era uma pessoa muito retraída que, por conta da minha deficiência, não gostava de me expor à sociedade. Inclusive, de praticar esportes por conta disso, sofria preconceito. E graças a esse abraço do Sindicato em relação ao esporte, a modalidade adaptada, eu pude evoluir, tanto como pessoa quanto profissional, como atleta”, afirma.
Esperança
A ASFA começou com 7 pessoas e, atualmente, conta com mais de 130 assistidos praticando alguma atividade física, de acordo com Adilson Nunes (Dinho), fundador e presidente da entidade.
“É muito triste [a amputação], porque o trauma é muito forte. Mas há sempre uma esperança, e a associação está aqui para poder levar essa esperança a todos.” (Adilson Nunes, o Dinho)
As atividades da associação são realizadas aos sábados, das 14h às 17h, na Arena Play Sorocaba, localizada na avenida Ipanema, 5010, no bairro Jardim Novo Horizonte. Para conhecer o trabalho da entidade e participar, basta comparecer nos horários e dias indicados. Mais informações pelos telefones (15) 98155-0221 ou (15) 974047464.
