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Segurança Alimentar

Para presidente do BAS é preciso dar mais atenção à qualidade da merenda

As crianças em idade escolar vão formar suas próprias preferências conforme desenvolverem seus sentidos e sabores. Por isso, é fundamental dar mais atenção à variedade de nutrientes na alimentação escolar

Imprensa SMetal
Foguinho/Imprensa SMetal

Para o presidente do Banco de Alimentos de Sorocaba (BAS), Tiago Almeida do Nascimento, satisfatório seria ter um prato ‘colorido’ na merenda escolar

No retorno às aulas da rede municipal de ensino o prefeito Antonio Carlos Pannunzio (PSDB) visitou a Escola Municipal Luiz Almeida Marins e experimentou a merenda que foi servida pela empresa Apetece Sistemas de Alimentação S/A, contratada emergencialmente para o fornecimento de merenda escolar.

O governo municipal deixou crianças sem merenda no final do ano passado devido a problemas com a terceirizada ERJ, que também não pagou as merendeiras.

Na apresentação da nova fornecedora, o prefeito declarou que “fiz questão de experimentar para conferir a qualidade, creio que está bastante satisfatória”.

As fotos feitas pela assessoria mostram as crianças de seis anos e os pratos com macarrão, molho de tomate e salsicha. Além de maçã de sobremesa.

O prefeito, portanto, acredita que uma alimentação sem balanceamento, à base de carboidrato e embutido com sódio, seja “satisfatória” para crianças.

Para o presidente do Banco de Alimentos de Sorocaba (BAS), Tiago Almeida do Nascimento, que também é vice-presidente do SMetal, a alimentação infantil deve ter atenção especial por estar relacionada com a saúde da criança.

Tiago contesta a afirmação do prefeito de que a merenda da rede municipal está “bastante satisfatória”. Para o presidente do BAS, seria satisfatório ter um prato colorido, que incluísse verduras e legumes. “Além disso, salsicha não é alimento adequado para crianças. Salsicha é uma bomba de sódio com corante”, ressalta.

Como exemplo, Tiago cita a preocupação com a alimentação saudável por parte da Prefeitura Municipal de São Paulo, de Fernando Haddad, que contrata alimentos provenientes da agricultura familiar sem agrotóxicos para a merenda escolar. “Isso é pensar na qualidade de vida e na saúde”, conclui.

Conforme o artigo 12, da Lei nº 11.947, de 16/06/2009, os cardápios da alimentação escolar devem ser elaborados pelo nutricionista responsável com utilização de gêneros alimentícios básicos, respeitando-se as referências nutricionais, pautando-se na sustentabilidade e diversificação agrícola da região, na alimentação saudável e adequada.

A própria Constituição Federal traz no primeiro parágrafo do artigo 211 que é de atribuição dos Estados, Distrito Federal e municípios “garantir que a oferta da alimentação escolar se dê em conformidade com as necessidades nutricionais dos alunos, durante o período letivo”.

Alimentação: um trabalho contínuo

A biomédica e diretora da Escola Técnica (Etec) de Agroindústria de Piedade, que sempre atuou em projetos na área da alimentação, Neide Yoshiko Sakata Gutyama, reforça a necessidade das crianças terem uma alimentação composta por carboidratos, proteína e micronutrientes – encontrados em hortaliças e frutas.

Em relação aos embutidos e processados Neide alerta que não pode ser consumido mais de uma vez por semana porque pode trazer problemas à saúde.
“Uma boa alimentação faz com que o sistema imunológico funcione bem e seja capaz de combater doenças”, salienta.

Para ela, a escola deve oferecer uma alimentação que atenda a orientação do Ministério da Educação e que dê continuidade ao trabalho realizado na família em relação à alimentação saudável. “É preciso que a família tenha um bom hábito alimentar porque uma criança que não nunca experimentou alimentos diferentes dificilmente terá uma alimentação diversificada quando adolescente”.

Prefeitura abandona trabalhadoras da merenda

Em Sorocaba, após falta de pagamento de merendeiras e outros problemas em relação à empresa terceirizada ERJ, responsável pelo fornecimento de merenda escolar, a Prefeitura contratou, emergencialmente, a Apetece Sistemas de Alimentação S/A, que assumiu a função desde o dia 11 de fevereiro, retorno às aulas da rede municipal.

A nova empresa não assumiu as merendeiras da ERJ e mais de 100 trabalhadoras passam por dificuldades financeiras.

De acordo com o presidente do SMetal, Ademilson Terto da Silva, os sindicatos filiados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) de Sorocaba e região estão auxiliando as trabalhadoras com doações de cestas básicas e exigem providências e a responsabilização por parte da Prefeitura de Sorocaba. “Essas profissionais precisam e merecem ter todos os direitos garantidos”.

Para presidente do BAS é preciso dar mais atenção à qualidade da merenda

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